Evento reuniu produtores do Programa de Desenvolvimento Rural.

Da assessoria – Agricultores de várias comunidades do interior atendidos pela Prefeitura de Francisco Beltrão por meio do pelo Proder (Programa de Desenvolvimento Rural) participaram quarta-feira, 26, de um Dia de Campo sobre a tecnologia de pulverização das lavouras com o uso de drone.
O evento foi na comunidade de Rio 14. Também teve demonstração sobre a utilização do equipamento, o uso correto de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), manejo com embalagens de agrotóxicos e pulverização no manejo de pastagens.
O coordenador do Proder, Antonio Cezar Soares, relata que o principal objetivo é demonstrar as vantagens ambientais e econômicas da pulverização com drone.
“O método é ideal para pequenas propriedades. Outra vantagem é que o produtor não precisa comprar o equipamento. Basta contratar uma empresa especializada para fazer a pulverização.”
Além dos produtores rurais, prestigiaram o evento o secretário municipal de Agricultura de Francisco Beltrão, Claudimar de Carli, o coordenador municipal do Proder, Antonio Cezar Soares, o vereador Tupi Prolo e representantes da empresa Alberton Assessoria e Assistência Técnica Rural.
Diretores da Associação dos Engenheiros Agrônomos defendem o uso de drone
Dirceu Schnen, presidente da Associação dos Engenheiros Agrônomos de Francisco Beltrão (AEA-FB), defende o uso desta nova tecnologia do drone até mesmo para redução de custos. Porém, faz alguns alertas e recomendações.
“O futuro está aí. Não volta mais [às situações anteriores]. Ela está dentro do que há de inovação hoje. Pra isso, nós, como agrônomos, temos um papel fundamental: que é levar a tecnologia a campo. Mas, por outro lado, nós temos que ir devagar, para que o agricultor assimile isso. Isso tem um custo, é algo diferente. Não é qualquer um que pode manipular uma máquina dessas, porque o drone é um avião não tripulado. Para pulverização tem que ter conhecimentos bastante avançados. Além do drone ser guiado por um profissional, que não precisa ser um engenheiro, mas tem que ser conhecedor das tecnologias, para fazer os mapas e área [a ser pulverizada. E, por outro lado, necessita do agrônomo para a descrição do produto, para esse produto ser utilizado de forma correta, porque a dosagem do pulverizador costal ou motorizada por trator e por drone, ou aviação, são diferentes as formas de aplicação da pulverização. A molécula é um pouco diferente, a concentração também é diferente. Isso requer o conhecimento do agrônomo. Queiram ou não, essas empresas de drone vão ter que se adaptar logo, logo, porque hoje não tem um acompanhamento assíduo dos agrônomos. Então, eu acredito que já, já vai ter que ter uma parceria dessas empresas com engenheiros agrônomos no momento fazer a aplicação.”
Dirceu acrescenta que é importante preparar os futuros profissionais que darão assistência técnica aos produtores rurais para que também saibam utilizar esta nova tecnologia.
“E como hoje nós estamos na era da digitalização, nada melhor que prepararmos os futuros engenheiros para trabalhar com isso. Hoje tá tudo digitalizado. A pessoa pode pegar um simples drone, largar do pátio da sua fazenda, galpão, da casa e ele vai lá na lavoura e volta pro ponto [de onde saiu]. Tudo é tecnologia, que tá na mão, no celular, nos computadores.”
Orley Lopes, agrônomo atuando há mais de 40 anos e integra da AEA-FB, também defende esta inovação.
“A nossa região sempre teve restrição à aviação agrícola pela topografia que caracteriza as nossas propriedades e também do próprio tamanho dessas propriedades. Entendemos que o uso de drones para a nossa agricultura será uma grande solução, uma questão de futuro no controle de pragas, doenças e invasoras. O uso do drone, tecnologia nova, mas quando se tratar de uso na agricultura ou na topografia, deverá ter sempre a presença de um profissional agrônomo para orientar dentro das recomendações que são necessárias tecnicamente, até com relação ao uso adequado das diferentes práticas na agricultura. Por isso, hoje os escritórios de planejamento e assistência técnica estão buscando se aperfeiçoar e desenvolver essa tecnologia. Temos, na região, já, prestadores de serviços com equipamentos disponíveis, temos cooperativas disponibilizando equipamentos para fazer essas aplicações nas propriedades da nossa região. E, com certeza, resolverá muito as questões de perdas de área por entrada de máquinas que se tornam necessárias com o uso de drones.”