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Francisco Beltrão
domingo, 25 de maio de 2025

Edição 8.211

24/05/2025

Dirigentes, ex-jogador e radialistas lamentam fim do futebol em Beltrão

União desistiu da Segunda Divisão e Município ficará sem representante no cenário estadual, o que não ocorria desde 1990.

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Com capacidade para 5,4 mil pessoas, Estádio Anilado, a casa do União, vai passar 2023 recebendo apenas competições amadoras. Foto: Assessoria

Juliam Nazaré – Se Francisco Beltrão não exerceu protagonismo nos últimos 33 anos, no mínimo marcou presença no cenário estadual do futebol paranaense. E em 2023, com a desistência do União de jogar a Segunda Divisão, a cidade ficará sem representante.

A decisão foi tomada pela diretoria, comandada pelo presidente Ivo Sendeski, após uma série de revés sofridos pelo clube. Além de três rebaixamentos nas três vezes que disputou a Primeira Divisão do Campeonato Paranaense, a situação se agravou quando ninguém se candidatou para formar uma nova direção no Anilado. Sem patrocinadores másters, sem a venda de Christian, do Athletico – considerado o possível salvador da pátria -, e sem nenhum investimento de terceiros, a equipe optou por pagar uma multa de R$ 110 mil a entrar em campo na temporada.

A notícia repercutiu em todo o Paraná. Nomes notáveis do esporte beltronense, como dirigentes, ex-jogador e a imprensa opinaram sobre o assunto. Presidente do Marreco, uma das principais forças do setor no Município, Ivo Dolinski demonstrou solidariedade ao União. Confira os depoimentos:

Chico Corrêa – Radialista da Rádio Onda Sul

“Ruim para Francisco Beltrão e para o Sudoeste. Talvez tenha passado da hora de se botar na mesa e ver que o futebol não pode nem deve mais ser feito como antes, na base da paixão. Hoje, se não tiver diretores profissionais e remunerados, movimentação que dê visibilidade aos patrocinadores e investidores o ano todo, parcerias para revelar novos talentos, entre outros inúmeros fatores e saber que a renda no estádio não é nada comparado aos gastos e tudo o mais, isso tende a acontecer não apenas com o União, mas outros clubes.”

Claudio Melo – Radialista da Rádio Anawin

“Houve desgaste financeiro. O custo é muito alto. Foi levando, mantendo a equipe, mas chega o momento que não dá mais. Ou vira um clube-empresa ou um empresário toma conta, porque o reflexo está aí. Parabéns ao Ivo pelo o que fez até aqui, mas acredito que jogar a Segundona, hoje, não traria renda. O torcedor não tem interesse e teria mais dívidas no fim do ano. Seria uma bola de neve. Tem que voltar e voltar bem.”

Ivo Dolinski – Presidente do Marreco Futsal

“O União é um time tradição. Sou torcedor do clube e fiquei muito triste com a notícia. Sei bem da dificuldade para conquistar apoio e incentivo. O torcedor, muitas vezes, não sabe disso.”

Laurentino Risso – Radista da Rádio Educadora

“Foi a mais sensata (decisão), diante de tantas dificuldades que o clube vemenfrentando. Novamente, como acontece todos os anos, a diretoria teria que sair de            pires na mão pedindo auxílios para cobrir as despesas, isso sem falar no desembolso que fez ou está fazendo o atual presidente. Vale lembrar que, o sistema de administração do União, dessa maneira, vem desde a fundação do clube em 1956. O ‘cavalo encilhado’ passou no Estádio Anilado e, a resposta de um ou dois diretores foi não a uma parceria que seria a redenção do nosso futebol (possível vinda do Azuriz para o Beltrão).  O cavalo encilhado não passa duas vezes. Ressalvo o nome do esforçado presidente Ivo Sendeski, que está no sacrifício há mais de dois anos, mas que também sabe que se o time disputasse o acesso novamente, ou não, não chegaria a lugar nenhum, a continuar nesta mesma agudeza de crise.”

Marcelo Régis – Ex-jogador do Francisco Beltrão FC e União

“O primeiro sentimento é de tristeza e o segundo é de respeito por quem tenta fazer futebol. É caro. Há quem investe milhões e não consegue retorno, nem dentro de campo.O Azuriz é um exemplo – segundo ano sem fazer boa campanha. Futebol não é receita de bolo, que se você cumprir algo à risca dará certo. De fora é fácil falar. A maior dificuldade é fazer futebol sem base. O retorno não é em patrocínio, venda de camisa ou ingresso. Não adianta os empresários se reunirem daqui e dali, que não conseguem sustentar. Melhor dar esse passo pra trás do que deixar um presidente endividado, louco, depressivo. Poucos ajudam, essa é a verdade. Eles gastam um dinheiro que não volta mais.”

Valdomiro Didoné, o “Dama” – Ex-presidente do Francisco Beltrão FC

“Não quis me meter. Sempre admirei quem faz esse sacrifício, um trabalho voluntário. Não falei com o Ivo, mas pretendo visitá-lo durante esta semana. Não concordo com a desistência. Acredito que deveria disputar, mas respeito a decisão.”

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