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Francisco Beltrão
quinta-feira, 29 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

Em Beltrão, Sergio Moro fala sobre manifestações em frente aos quartéis

Antonio Pedron e o senador eleito Sérgio Moro, ontem, no Jornal de Beltrão. Moro agradeceu votos e falou também sobre manifestações, União Brasil e urna eletrônica. Foto: Ivo Pegoraro/JdeB.

JdeB – Antes do evento na Pampeana, Sergio Moro passou no Jornal de Beltrão. E deu uma rápida entrevista. Ele destacou o vice-prefeito Antônio Pedron como fundametal para a construção do seu projeto político no município.

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JdeB – Qual o objetivo de sua viagem pelo interior do Estado?

Sergio Moro – É fazer um agradecimento à população de Francisco Beltrão e região, aqui em Beltrão nós tivemos 14.496 votos, que é 30%, isso numa eleição com três candidatos competitivos, é significativo. Eu tenho certeza que foi por conta do nosso discurso, da nossa história, mas também do valor dos nossos aliados políticos nas cidades, e o principal deles aqui é o vice-prefeito Antônio Pedron, que é o futuro do nosso projeto político em Beltrão.

Como o senhor vê as manifestações em frente aos quartéis do Exército?

Essas mobilizações refletem o fato de que a eleição não pacificou o país. A eleição manteve o país dividido, por uma margem pequena. As duas propostas que estavam na mesa eram propostas muito diferentes. Uma parcela grande da população ficou insatisfeita com o resultado. A minha reflexão é que o mundo político precisa respeitar essas pessoas e precisa entender que essas demandas refletem esse mal-estar. E, principalmente, o governo eleito, deveria ter a humildade de buscar uma moderação no discurso, pra pacificar o país, mas também uma moderação na agenda econômica e política. Não são só os manifestantes, a gente tem falado, por exemplo, com muitos empresários, que estão preocupados com a perspectiva do país. Tem gente freando investimento, porque sentem insegurança.

Então, mais que se preocupar com as questões imediatas relacionadas aos manifestantes, o mundo político tem que reagir positivamente pra tentar ver de que maneira consegue pacificar este país. Sem recorrer à repressão. Não é esse o caminho. Você troca o político, mas você não troca o cidadão. As manifestações são só um reflexo, de uma parcela menor, de uma insatisfação generalizada. E o fato de estarem reclamando à frente dos quartéis reflete também uma profunda desconfiança de parcela da população com as demais instituições. Então o ponto não é exatamente qual é a consequência imediata, mas como é que o mundo político tem que reagir.  Eu vou estar lá em Brasília, a partir de 2 de fevereiro, e vou ser oposição a este governo.

O União Brasil foi convidado para fazer parte da base do governo Lula. Qual sua opinião?

Bem, o União Brasil é um partido que tem um perfil de centro-direita, dentro do Estado do Paraná. Eu estarei na oposição em Brasília. No partido tem uma discussão interna. Alguns querem apoiar o governo Lula e boa parte do partido não tem esse entendimento. Então, durante esses próximos meses vai ter uma discussão interna pro partido se posicionar. O que boa parte do partido tem defendido é uma posição de independência. Se tem gente dentro do partido que quer, eventualmente, aderir ao governo, que o faça, e respeitar os demais que querem fazer oposição.

Eu estarei na oposição. E acredito que posso falar por boa parte dos filiados do União Brasil aqui do Estado do Paraná. Seria até uma traição de minha parte se eu apoiasse esse governo, considerado pelo eleitor paranaense que me colocou em Brasília por conta de uma pauta que eu defendo que é diametralmente oposta à pauta do PT. Acredito em combate à corrupção, acredito em integridade na política, acredito em segurança pública, que pressupõe em valorização do policial e a aplicação da lei com rigor, enquanto que o PT tem uma visão mais frouxa com relação à segurança pública.

E acredito numa economia aberta, com investimento privado, iniciativa como motor do desenvolvimento econômico. Claro, tem a política social, mas também com responsabilidade. E essa é a posição geral do União Brasil.

E em relação aos resultados das urnas, que estão sendo questionadas?

Olha, eu fui eleito, então é complicado você desconfiar. Não existe evidência de  fraude. Talvez isso também devesse servir para reflexão futura. Por que não fazer, em algumas urnas, uns 5%, por amostragem, para o eleitor ver? Porque voltar o voto impresso não é garantia contra fraude e, por outro lado, também é muito custoso.

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