
uma sociedade”. Foto: Ivo Pegoraro/JdeB.
JdeB – Em 12 de março comemora-se, no Brasil, o dia do Bibliotecário. Release do Conselho Regional de Biblioteconomia do Estado de São Paulo (CRB-8) informa que, “segundo os dados mais recentes do Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas (SNBP), os 26 Estados brasileiros mais o DF têm hoje pouco mais de 5 mil bibliotecas públicas municipais, distritais, estaduais e federais. É uma ausência de quase 800 bibliotecas públicas: o total foi de 6.057 em 2015 para 5.293 bibliotecas públicas em 2020”.
Apesar da redução do número de bibliotecas, a presidente do conselho, Ana Cláudia Martins, vê futuro promissor para os bibliotecários. Ela relata que a tecnologia não para de mudar, mas se tem algo que não muda, é a necessidade de um profissional para dar sentido a tanta informação. Daí a importância dos profissionais de Biblioteconomia. Com a ascensão da Inteligência Artificial (AI) e as inconvenientes fake news, cabe a eles ensinar ao público como navegar num mar de fatos e boatos, e identificar fontes confiáveis de informação no mundo digital.
A profissão detém uma função que cresce em importância e aplicabilidade; se o número de bibliotecas públicas é algo desalentador, o futuro da profissão é promissor.
Gabriele, bibliotecária beltronense
A beltronense Gabriele Korp Dalla Valle é bibliotecária do campus da Unipar desde que se formou, há três anos. Diz que fez esse curso (na Unochapecó) porque “sempre amei as bibliotecas e eu sempre amei ler”. Ela cuida de uma biblioteca que possui 36 mil livros. Atende principalmente universitários que estudam na Unipar, embora outras pessoas da comunidade também possam pesquisar, na biblioteca. Ela respondeu algumas perguntas ao Jornal de Beltrão, como segue:
O que que você encontrou de bom e de difícil nessa profissão?
– Uma das nossas maiores dificuldades, hoje em dia, é a tecnologia. E a questão da internet, porque tem muita informação fácil, mas pouco confiável. E a minha maior dificuldade no atendimento dos alunos aqui é eles entenderem que o livro é uma fonte muito mais confiável de informação do que a tecnologia. Essa é a maior dificuldade. Mas é um prazer muito grande também quando a gente vê o aluno que vem aqui pela primeira vez e volta depois pegar outros livros, sabe? Ver o aluno que ainda fala que prefere ler o livro físico do que ler o livro de computador ou pesquisar as coisas no computador, sabe?
Livros novos continuam sendo publicados.
– Sim, a gente vê as produções dos livros aqui da nossa região quando chegam pra mim, pra eu fazer a ficha catalográfica e eu entender que existe uma preocupação das pessoas ainda de escrever livros, ainda de levar informação e cultura. Mas a gente ainda tem um passo muito grande pra dar com relação às bibliotecas. As pessoas precisam entender que a biblioteca é um agente cultural, é feita pra transformar uma sociedade, não é um depósito pra você enfiar um monte de livros lá. Não. É um lugar pra você ler um livro, você conversar com uma pessoa, você ter um conhecimento de uma área diferente, sabe?
Todos os livros têm procura ou tem prateleira onde não se mexe há muito tempo?
– Tem muita coisa que não se mexe há muitos anos. Por exemplo, os livros de direito, porque lei é atualizada muito rápido e até você imprimir um livro demora muitos anos. Nós temos muitas coisas que já não estão sendo mais impressos. Então esses, às vezes ,ficam ali paradinhos muito tempo, sem alguém mexer. Mas os livros, por exemplo, de psicologia, são muito usados. Os alunos de psicologia têm muito essa sede de conhecimento e eles vêm muito atrás do livro físico, sabe? São nossos campeões de empréstimo.
Os empréstimos são feitos só para os acadêmicos da Unipar?
– Pra ele levar pra casa, sim. Mas se alguém quiser vir aqui, por exemplo, tem muita gente que vem pra estudar pra concurso aqui. Eu empresto, interno, pra pessoa passar o dia estudando, pode pegar também os livros emprestados, sim. Mas pra levar pra casa é só os acadêmicos, por causa do nosso sistema né, vincula um nome. Funcionários e professores também têm acesso.