Eventos celebram as duas categorias.

JdeB – Neste domingo, 24, a comunidade de São Cristóvão, de Dois Vizinhos, promove sua tradicional Festa do Colono e Motorista. O evento começa com a carreata saindo da matriz Santo Antônio, às 9h30. Ao chegar na comunidade, acontece a bênção dos veículos. A Missa está marcada para 10h30, seguida da tradicional churrascada. A festa acontece há 52 anos, como lembra Evilásio Della Justina, presidente da comunidade. Ele destaca que são dias planejando o evento. “Nesta semana, os preparativos foram intensificados. Precisamos que o pessoal confirme presença e compareça porque tudo está sendo preparado com muito carinho. Há três meses estamos nos reunindo para organizar e tudo está acontecendo dentro da normalidade. Essa é a única festa que promovemos na nossa comunidade.”
A comunidade fica a 1,5 quilômetro distante da UTFPR, com acesso pela mesma via da universidade. “É o momento de confraternização, o encontro com os amigos, a prosa, até o período da tarde. Ali todo mundo conversa das suas viagens, da agricultura, como era antigamente, como é hoje e para você espairecer com os amigos. A gente vive na correria e é necessário esse momento de conversa.”
Os kits churrasco estão sendo vendidos a R$ 150 e podem ser consumidos no local ou para retirada. “A retirada será das 11h às 13h. O kit é composto de um churrasco de três quilos (costela ripa), salada, maionese e pães a R$ 150. A comunidade mesmo prepara, todos estão acostumados a fazer carne boa. Reservas podem ser feitas pelo 46-99914-8216 (Hélio) 99936-4456 (Tonico) 99907-1930 (Atílio).”
Festas da partilha
As comunidades de Dois Vizinhos voltam a organizar as festas da Partilha para celebrar o Dia do Colono, segunda-feira, 25. Os eventos são tradicionais e tiveram dois anos de hiato em virtude da pandemia de coronavírus. Nos eventos, os produtores rurais levam parte da produção, elaboram pratos e dividem entre vizinhos.
Nada é vendido, tudo é partilhado. As festas serão realizadas na Linha Tártari (com presença de produtores da Linha Conrado, Marília, Nossa Senhora do Amparo, Boa Vista do Chopim e São Pedro dos Poloneses), em Santa Terezinha (juntamente com Jacutinga, São Luiz, Flor da Serra e Beneti), em São Francisco do Bandeira (com Santa Luzia e São Pedro do Bandeira) e em São Pedro do Sul (com São Valentim e Santa Lúcia). Hoje, a comunidade de Colônia Nova realiza seu evento.
Sexta-feira, 22, pela manhã, alguns representantes das comunidades participaram do Programa Sete e Meia, na Rádio Educadora, e falaram sobre a expectativa para as festas. “Depois de muito tempo, estamos nos organizando para voltar com a Festa do Colono. Nós temos um sistema um pouco diferente, cada um faz a sua parte, vamos ter carne no tacho, carreteiro, temos os doces que as famílias levam. Vamos ter de tudo que é produzido no campo. A festa começa às 8h, com a missa às 10h e depois tem o almoço. A gente também faz algumas brincadeiras, gincanas entre as famílias, tem espaço de dança, um pessoal vai tocar as músicas, enfim, uma festa de partilha bastante animada. É incrível, o dia passa rápido e encerramos tudo às 16h”, disse Gilmar Pastro, da Linha Conrado.
Cleonir Perin, da Linha Tártari, destacou que o momento é de bastante conversa entre os agricultores. “As festas não se fazem sozinhas. Temos muitos representantes em todas as comunidades. Já são mais de 30 anos de festa e só falhou nesses dois anos por causa da pandemia. É um dia onde pensamos sobre a agricultura. Além de partilhar o que temos com os vizinhos, a gente para, medita, pensa em como está a atividade atualmente, como o pequeno colono está conseguindo se manter, os filhos saindo da propriedade, indo para a cidade, para fora, enfim, muitas coisas que estamos passando.”
Ivanildo Mezzalira, do Jacutinga, falou sobre a organização da festa da sua comunidade.
“Esse ano a festa vai ser em Santa Terezinha, com o povo de São Luiz, Benetti, Jacutinga e Flor da Serra. Cada comunidade é responsável pelos seus convidados e por um alimento. Já são 29 anos de festa e o povo está ansioso para o retorno. Cada comunidade faz um prato e é feita a partilha. Começa às 9h com a chegada, às 10h tem a missa e ao meio-dia vamos compartilhar. A expectativa é grande, faz dois anos que estamos trancados dentro de casa, acho que vai dar bastante gente. Ali conversamos, revemos a agricultura, falamos sobre agricultura familiar e partilhamos da vida, da pequena agricultura, num evento que é aberto a todos. Tão ficando só idosos como pequenos agricultores, a nova geração está indo embora e a gente busca resgatar um pouco para mais gente voltar para roça.”