Novo barracão com dois mil m² faz parte dos mais de R$ 10 milhões de investimentos nos últimos dez meses.

O Laticínio Alto Alegre que nasceu de uma necessidade dos produtores de leite para conseguir agregar valor ao produto e se manter na atividade, no início dos anos 2000, quando era forte a plantação de fumo e produção de suínos, segundo Lino Alfeu Zeni, diretor-executivo da empresa, que nos recebeu em seu escritório com vista panorâmica para a área fabril, agora com 4.200 m².
Segundo Lino Zeni, foi finalizado recentemente o novo bloco da fábrica com uma área coberta de dois mil m², o que faz parte dos mais de R$ 10 milhões investidos nos últimos 12 meses.
“Até o fim do ano estamos migrando parte das nossas máquinas para lá. Nosso projeto agora é ampliar a produção de manteiga, nata, requeijão, mozzarella fatiado, parmesão fatiado, queijo colonial e provolone. Vamos destinar mais leite para esses produtos. Para sair da commodity, que é a mozzarella de quatro quilos. Não digo sair fora, mas a gente quer diminuir, quer transferir. E soro também, recebe nossos investimentos, que a gente compra de fora, concentra e revende. Temos a Nestlé como nosso principal comprador deste soro.”
O número de colaboradoees deve se manter em 170, pois, há uma busca por automação dos processos de fabricação. Atualmente o Alto Alegre processa cerca de seis milhões de litros de leite e outros seis milhões de litros de soro por mês. Fechando numa média de 600 toneladas do volume de produção, todos os meses.

Avaliação de mercado
Para fazer uma avaliação do mercado do leite de 2022, Lino Zeni destaca a necessidade de levar em consideração o que aconteceu em 2021.
“Este ano de 2022 sofreu um reflexo muito forte de 2021. O preço do leite pós pandemia caiu bastante e o custo ao produtor subiu demais. Muitos produtores deixaram a atividade em 2021. Então, em 2022, faltou leite no mercado. O que aconteceu? O preço subiu fora da curva. Subiu demais. O preço médio do leite no nosso mercado, onde a indústria normalmente repassa a R$ 4,5 chegou a R$ 7 e na ponta o consumidor pagando R$ 9 até R$ 10. E a mozzarella chegou lá na ponta a R$ 60 o quilo, onde normalmente era R$ 25 ou R$ 26,00.”
Com o preço do leite elevado no mercado interno, importadores começaram a trazer leite de outros países como Argentina e Uruguai, o que leva cerca de 60 a 90 dias para chegar. Quando chegou, meados de julho, já havia travado o consumo por conta do preço elevado pago pelo consumidor final. O que fez o preço despencar de forma vertical.
Previsão
Para Lino, tanto o produtor quanto a indústria está tentando encontrar o ponto de equilíbrio para que a cadeia se sustente.
“No meu entendimento, o leite teria que ficar no produtor a R$ 3, o litro, indústria vender mozzarella na faixa de R$ 34 o quilo e o longa vida, na faixa R$ 4,5 para que chegue ao consumidor na faixa de R$ 5, o litro. Eu falo do longa vida e da mozzarella, que são dois produtos da cesta básica que onde leva o maior volume.”
Atualmente os produtores estão recebendo na faixa de R$ 2,75 e para chegar aos R$ 3 por litro, Lino Zeni acredita que teria que diminuir a importação para regular o mercado interno e haver um ponto de equilíbrio com a indústria, produtor e consumidor.
Sobre a continuidade da cadeia produtiva, Lino destaca que deve se manter no mercado apenas os grandes produtores, onde um dos principais fatores é a falta de sucessão familiar.
Verê 59 anos
“Muitos foram os administradores que passaram pelo nosso município. Todos tentaram fazer o melhor para Verê. E a população de Verê é trabalhadora, busca o crescimento, busca tecnologia, principalmente no agronegócio, que é a base. Depois vem o turismo. A mensagem que eu deixo é que, Verê é um município que se destaca em relação aos outros aqui no Sudoeste do Paraná, no volume de produção total, mas, mais importante é a produção por área, por hectare de soja, de milho, de leite. Eu acho que isso é o diferencial que mostra o potencial da nossa cidade. Então temos que parabenizar Verê. Verê tem um caminho largo pela frente e que certamente vai ser o município que vai crescer acima da média regional”, finalizou Lino Alfeu Zeni.