Assessoria – O endividamento da população paranaense voltou a bater recorde em outubro. De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), apurada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio), 95,8% dos paranaenses possuíam algum tipo de dívida em outubro.
Esse é o segundo pior indicador da série histórica, iniciada em 2010. Em agosto deste ano, o endividamento havia chegado a esse mesmo índice, que só não é pior do que os 96,2% registrados em agosto de 2011.
Na média nacional, houve queda no endividamento, que baixou de 79,3% em setembro para 79,2% em outubro. Porém, a redução do endividamento em outubro foi acompanhada de novo aumento da proporção de famílias com contas atrasadas, que saltou de 30% para 30,3%. Em um ano, a alta de 4,6 p.p. no indicador foi a maior desde março de 2016. Apesar do novo aumento no endividamento, a inadimplência baixou no Paraná, ao passar de 26% em setembro para 24,4% em outubro. Já a parcela de famílias que não terão condições de pagar as dívidas em atraso também caiu, de 8,2% para 8,1% na variação mensal.
Índices não têm reflexos diretos no comércio beltronense, diz Davi Nesi
JdeB – O presidente da CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) de Francisco Beltrão, Davi Nesi, acredita que a maior parte da inadimplência das famílias paranaenses não é diretamente no comércio das cidades. “São dívidas ligadas a bancos e serviços como água, luz e internet, além de financiamento de carro ou casa. No comércio, a maior parte dos pagamentos é com cartão de crédito, apesar de alguns estabelecimentos terem crediário próprio, então o lojista tem uma segurança maior no recebimento, mesmo que parcelado”, comenta. Nesi não descarta, porém, efeitos indiretos do aumento do endividamento no Estado. “Percebemos que nas últimas datas de boas vendas, o valor médio gasto pelos clientes foi reduzido drasticamente”, diz.