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Francisco Beltrão
sexta-feira, 30 de maio de 2025

Edição 8.215

30/05/2025

Primeira pista de tiro de laço do Sudoeste foi em são Jorge D’Oeste

O museu de Idílio e Gesselina, bem variado, é rico em peças centenárias.

Quando o Município faz aniversário, muitas histórias voltam a ser contadas e, agora, resgatamos a lembrança das pistas de tiro de laço, em um bate-papo com o Idílio Maurina, na comunidade Guaraipo, no limite de São Jorge D’Oeste com São João, onde o gaúcho de 77 anos mora com sua esposa Gesselina Terezinha Maurina, com quem é casado há 51 anos. O Sítio Tropilha Serrana, conforme a inscrição na placa, logo na entrada, é um convite à introspecção na história. Com muito verde, canto de pássaros e longe do barulho de cidade, Idílio e Gesselina vivem uma vida pacata, gostam de receber visitantes e são guardiões de um museu, rico em peças centenárias.

Gaúcho de Marau

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A história começa lá em terras gaúchas. Nascido em Marau, no Rio Grande do Sul, em 1945, foi em 1966, com 22 anos, que Idílio veio morar para essas bandas, mais precisamente no interior de São João, para trabalhar de peão para o irmão que já estava instalado em terras paranaenses. Gesselina é natural de Soledade e veio para o Paraná um ano antes, em 1965. “Naquele tempo era muito comum, quando alguém ia inaugurar uma casa, fazia um baile de lampião e convidava os vizinhos”, contaram. “Nós fomos com meu pai e minha mãe e eu vi esse moço, o Idílio, e pensei em dançar logo com ele para evitar que outros viessem dançar comigo”, revelou Gesselina, quando narravam como iniciou o romance. “Lá pelas tantas, os donos da casa começaram a brigar entre eles e derrubaram o lampião, ficou tudo escuro.” Questionados se foi ali o primeiro beijo, os dois sorriram e ficaram sem jeito. “Depois, ele foi junto até a minha casa”, contou ela, dando detalhes de como se conheceram.

Com bons motivos para se instalar em definitivo no Paraná, Edílio voltou pro Rio Grande do Sul e vendeu a herança para comprar um comércio quase falido no Distrito de Nova Lourdes, em São João. “Sem experiência, comprei o ponto, o estoque e até os fiados que não recebi até hoje.”

Mas foi assim que começou a vida e, junto com a esposa, teve três filhos: Marcelo, que faleceu com três anos; Cleiton Marcelo, que herdou o comércio em São João; Keli Cristina Maurina, que é professora universitária.

O Sítio Tropilha Serrana, de Idílio e Gesselina, onde gostam de receber visitas.

Pista de laço

Há quarenta anos o casal comprou a propriedade em São Jorge D’Oeste, sua residência atual. Segundo relatam, tinha bastante mato, levaram cerca de quatro a cinco anos para conseguir fazer roça. E foi neste pedaço de chão que nasceu a 1ª Pista de Laço do Sudoeste do Paraná, segundo o próprio Edílio. “Organizava rodeios de Laço Comprido e vinha gente de tudo quanto é lado. Pessoal curioso pra ver, pra assistir essa novidade. “Depois ajudei a abrir outras pistas pela região. Ajudei a montar as mangueiras das pistas de São João, São Jorge e até Beltrão.”

Paixão pelo cavalo

A paixão pelo cavalo é da infância. Mas é do quartel, quando serviu o Exército e fez parte do 8º Regimento da Cavalaria em Uruguaiana, que Idílio guarda fotos com carinho e tem orgulho em mostrar e contar as histórias daqueles tempos, em que chegou a treinar para ir para “a Revolução de Brizola”, em 1965.

Museu

Amante da história, Idílio aproveitou um galpão ao lado da casa para guardar inúmeras peças históricas. Fez questão de mostrar diversos itens do seu acervo em que guarda peças centenárias, que vão desde pedras de moinho, que segundo ele vieram da Alemanha e estão logo na entrada da propriedade, e outros como projetor de cinema, caixotes, calçados, equipamentos usados na agricultura, utensílios domésticos, e tantos outros que valem uma visita para conhecer e ouvir as muitas histórias deste casal, que são um patrimônio vivo da história do Sudoeste do Paraná e escolheram um cantinho de São Jorge D’Oeste para fixar residência.

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