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Francisco Beltrão
domingo, 25 de maio de 2025

Edição 8.211

24/05/2025

Psicóloga alerta para sinais de ansiedade entre as crianças

A conferência contou também com a participação de crianças e adolescentes de escolas e órgãos públicos assistenciais. Foto: Murilo Somensi/PMFB.

JdeB – A psicóloga Maira Cabrera, de Cascavel, afirma que a pandemia da covid-19 será lembrada na história das pessoas e da humanidade. Mas deixará reflexos na vida das crianças e adolescentes. Ela foi uma das palestrantes da 10ª Conferência Municipal dos Direitos da Criança e Adolescente de Francisco Beltrão, realizada dia 17, no Espaço da Arte, com a participação de representantes de instituições da sociedade civil e do poder público. Além das palestras, os delegados participaram de discussões de grupos e em plenário de propostas para a política nacional, estadual e municipal voltada a crianças e adolescentes.

Em sua palestra, Maira comentou que “a pandemia vai fazer parte da nossa história, da humanidade, da sociedade como um todo, na vida de adultos, mas também na vida da criança e do adolescente, e hoje a gente pôde falar sobre isso. Então, muitas são as questões que a gente precisa considerar. Por exemplo, os efeitos na saúde mental de crianças, adolescentes. Hoje nós estamos com crianças com sinais e sintomas de adoecimento mental tão precoce e os adolescentes também. Então, a gente tem todas as questões vinculadas à saúde mental, desde do isolamento, hoje de retomar as atividades, ir à escola, encontrar as pessoas que costumeiramente era tão comum, isso pode gerar pra essa criança, ou adolescente, uma sensação de insegurança, questões de saúde mental, todo o processo de escolarização. Como é que se dá a aprendizagem que estava em casa? As atividades remotas? Destacamos também a questão da primeira infância. A criança pequenininha que nasceu na pandemia, aprendeu a andar, falar tudo na pandemia, no isolamento, com não tanta socialização assim, inúmeras são as questões. As violências também temos que falar essa questão. Tem estatísticas dizendo do aumento das violências sofridas por crianças, principalmente no período da pandemia. Então, as questões são inúmeras, nós precisamos ter conhecimento dessas problemáticas para poder enfrentá-las, quando a gente não as reconhece, não enfrenta.”

A psicóloga deixou algumas recomendações para que escolas e os pais consigam reconhecer os sintomas quando a criança ou adolescente está enfrentando problema. “Hoje nós tivemos entre todos esses trabalhadores da rede de proteção, mas também muitos adolescentes aqui presentes, algo bacana, participando do nosso diálogo, da palestra e do evento como um todo. Mas a orientação sempre é a atenção: nós temos de prestar atenção nessa criança, nesse adolescente, perceber se tem efeitos pra vida dele e se tiver a gente poder atuar sobre aquilo que se observa. Mas a grande questão é a atenção: prestar atenção, cuidado, proteção, olhar pra essa criança e o adolescente com cuidado. Acho que essa é a grande questão e é o ponto mais relevante.”

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A profissional ressaltou que a atenção tem que ser coletiva, ou seja, sociedade, poder público e famílias. “Sempre o trabalho coletivo, nós não vamos identificar essas dificuldades sozinhos. Ela não é visivelmente identificada, a gente tem que observar como se dá o desenvolvimento dessa criança e deste adolescente. Então, o trabalho coletivo com certeza é o primeiro que tem que ser feito e agora cada vez mais. Então sim, é importante sempre estar atualizando, estudando, capacitando, mas também sempre trabalhando em conjunto, que aqui o município já tem uma história muito positiva desse trabalho coletivo da rede de proteção.”

A conferência foi organizada pela Secretaria Municipal de Assistência Social e Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente. O tema central foi “A situação dos direitos humanos de crianças e adolescentes em tempos de pandemia pela covid-19: violações e vulnerabilidades, ações necessárias para reparação e garantia de políticas de proteção integral, com respeito à diversidade”. Participaram das pré-conferências 155 pessoas, dentre elas 79 crianças e adolescentes.

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