Ligia, Marco: todo meu carinho para vocês, tenham sempre muito orgulho dele e saibam de toda a nossa gratidão por compartilhar esse paizão conosco.
Talvez o que eu diga agora seja um baita egoísmo, mas acho que existem pessoas que não poderiam nos deixar nunca. Sério, deveria ser proibido. Tio Ita, que audácia a sua desrespeitar essa regra. Por que não ficou mais tempo “dando nó” aqui embaixo, como você mesmo dizia?
Bom, brincadeiras à parte, é isso. Na verdade, é impossível não brincar com a ironia das palavras quando se fala em Itamar Martins Pereira, o nosso inigualável tio Ita. Pessoas como ele são magicamente capazes de nos fazer sentir as coisas mais malucas em um momento como esse. Dói escrever esse texto. Ao contrário dos últimos anos, desde a minha estreia nessas páginas, sei que a coluna de hoje não está sendo revisada por ele.
Sempre que fazia isso, me mandava mensagens dizendo que leu em primeira mão e havia adorado. Na minha cabeça e no meu coração sempre foi uma honra saber que, de uma forma ou outra, essas linhas passavam pelos olhos atentos do tio Ita, uma lenda da comunicação sudoestina, como eu mesmo o falava quando o encontrava.
E, confesso, tanta coisa passou pela minha cabeça quando a notícia da sua passagem chegou. A primeira foi um: “Oi? Quem?”. Pois é, ninguém nunca espera. Depois, os pensamentos desabafaram por mim: Quem vai revisar a minha coluna no jornal agora? Quem vai me contar histórias do meu avô? Quem vai trocar mensagens sem sentido comigo no meio do dia? Quem vai vir lá na assessoria e ainda tomar um cafezinho com sal? E aqueles causos antigos? E os teus bordões? Que saudade gigante tu vai deixar. Hoje mesmo eu e o Claudiney ouvíamos aqueles teus áudios impagáveis do WhatsApp e ríamos com os olhos cheios de lágrimas.

A vida não deveria ser essa coisa doida, onde as pessoas vêm e vão e ninguém se despede. Só queria poder te agradecer. Obrigado por sempre acreditar em mim, pelo incentivo para escrever, pelo apoio sempre presente na presidência da ABI e, acima de tudo, obrigado por ser meu amigo. Agradeço também aos deuses do tempo e do espaço por ter tido a oportunidade de conviver com esse ser tão especial. E um dia, quem sabe, falarei de ti para outras gerações que ainda virão.
Então, é isso. Hoje, mais do que nunca, esse texto é para você. Ainda não sei dimensionar a falta que irá fazer, mas quando chegar por aí espero que reencontre o teu amigo, meu vô Deonísio, para te presentear com mais alguma coisa do Athletico.
E, por fim: Ligia, Marco: todo meu carinho para vocês, tenham sempre muito orgulho dele e saibam de toda a nossa gratidão por compartilhar esse paizão conosco. Tio Ita, o melhor debochado do bem que já conheci, continue fazendo o pessoal rir por aí. E cuidando de nós também. Te amamos pra sempre. Obrigado por cruzar os nossos caminhos. Obrigado por tudo. Obrigado por tanto.