Assessoria – A mobilização do setor produtivo fez o governo do Paraná retirar da pauta da Assembleia Legislativa o Projeto de Lei 498/22. A iniciativa autorizava o Executivo a criar o Fundo de Desenvolvimento da Infraestrutura Logística do Estado do Paraná (FDI-PR). A apresentação do texto pegou o setor agropecuário de surpresa.
A medida surgiu em resposta à deterioração das rodovias estaduais, que deixaram de ser pedagiadas em 2021, após 25 anos de concessão à iniciativa privada. O novo processo de concessão não foi conduzido nem pelo governo estadual e nem pelo governo federal. A Faep (Federação da Agricultura do Estado do Paraná) mobilizou toda a sua base e se posicionou de maneira firme contra a proposta.
“Agradeço a todos os presidentes, diretores de sindicatos e líderes rurais que responderam prontamente ao nosso pedido de mobilização. A organização do sistema de representatividade sindical no Paraná é um exemplo não apenas para o Brasil, mas para o mundo. Estamos sempre a serviço de quem trabalha para o campo e, hoje, tivemos uma demonstração da força que temos quando remamos juntos”, celebrou o presidente da Faep, Ágide Meneguette.
A proposta previa como principal fonte de recursos desse novo fundo a taxação de produtos da agricultura e da pecuária paranaenses. A medida causou consternação junto ao setor produtivo. “Caso fosse aprovada, essa medida causaria um rombo de R$ 2 bilhões no setor agropecuário. Pior, em nenhum momento nós produtores fomos ouvidos. Nos sentimentos apunhalados pelas costas”, disse Ágide.
Ao longo da sessão plenária de ontem, 22, diversos deputados ligados ao agronegócio fizeram pronunciamentos contrários à taxação do agro. Anibelli Neto (MDB) fez um discurso no qual apelou aos parlamentares que, conjuntamente, fossem encontradas outras alternativas para a manutenção das rodovias. “Não é correto taxar os produtos agropecuários”, enfatizou a deputado.
“Além de inesperada, a taxação dos produtos do agronegócio parece ter sido proposta sem a reflexão necessária. O setor agropecuário vem enfrentando muitas oscilações”, disse Jefrey Albers, coordenador do Departamento Técnico e Econômico do Sistema Faep/Senar.