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Francisco Beltrão
domingo, 25 de maio de 2025

Edição 8.211

24/05/2025

Segundo analista, deflação ainda não chegou no bolso de quem mais precisa

Claudemir José de Souza, professor universitário e analista de valores mobiliários. Foto: Arquivo Pessoal.

JdeB – O professor Claudemir José de Souza, analista de valores mobiliários, em sua análise semanal na Rádio Educadora, comentou que a deflação apresentada pelos índices oficiais ainda não está sendo sentida pelo trabalhador brasileiro. “Mesmo os indicadores apresentando deflação a gente não percebe redução no preço nos supermercados.”

O IPCA-15, calculado pelo IBGE, mostrou no mês de setembro (referente ao mês de agosto) uma queda de 0,37%. Contudo, no ano, o IPCA-15 acumula alta de 4,63% e, em 12 meses, de 7,96%. “Quando a gente analisa essa cesta [grupo] de produtos, dos nove itens que compõem o IPCA-15, apenas três apresentaram queda e os outros seis itens continuam apresentando alta.”

Segundo ele, a gasolina teve uma redução de 13,9% nos últimos 12 meses; e o diesel 5,4% em agosto, mas no ano teve alta 40%. “Não impacta como deveria impactar. Pela primeira vez, o preço de alimentos caiu em dois anos. Alimentos e bebidas tiveram queda de 0,47% em agosto, mas quando pega no ano subiram 10,37%. Se pegar desde setembro do ano passado, alimentos e bebidas tiveram aumento de 12,73%.  Isso mostra que estes produtos que caíram não atingem o bolso do trabalhador.”

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Dentro do IPCA-15, os produtos e serviços que mais caíram foram transporte caiu -2,35% e comunicação -2,74%. Em contrapartida vestuário, saúde e cuidados pessoais, despesas pessoais, habitação, educação e artigos de residência todos aumentaram.

“O peso de alimentos e bebidas nesse índice é de 21,8%, transporte 21%, então o grande peso está no transporte e alimentos e bebidas. O leite longa vida caiu 12%, só que no ano subiu mais de 70%, essa queda não vai refrescar muito. De uma forma geral, é positivo a queda da inflação, só que é uma deflação forçada, porque a questão dos combustíveis reduziu porque se mexeu no teto do ICMS, que permitiu a gasolina abaixo dos R$ 5. Então isso tem prazo e a dúvida é se vai continuar no ano que vem.”

Conforme Claudemir, o preço do óleo diesel, combustível que mais impacta no preço de alimentos e bebidas, continua em alta. “Lá fora o petróleo tá sendo cotado a 85 dólares, já chegou na casa de 130 a 140 dólares. Agora que seria a hora da Petrobrás aproveitar e repassar um preço menor, o Real perde valor diante do dólar. Além disso, o que nós produzimos no campo depende de fertilizantes importados, nós não produzimos fertilizantes e isso deixa mais caro para produzir e não conseguimos reduzir o preço dos alimentos.

Prévia da inflação de agosto para cada um dos grupos pesquisados:

Comunicação         -2,74%

Transportes            -2,35%

Alim. e bebidas      -0,47%

Educação              0,12%

Artigos                 0,24%

Habitação              0,47%

Despesas pessoais   0,83%

Saúde                   0,94%

Vestuário           1,66%

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