O Plano de Agricultura e Pecuária de Precisão vai ampliar a eficiência do setor no País.
Agência do Rádio – A Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado Federal aprovou por unanimidade, quinta-feira, 20, o Projeto de Lei nº 149/2019, criando o Plano de Agricultura e Pecuária de Precisão.
A nova legislação tem o intuito de ampliar a utilização de técnicas de produção agropecuária no Brasil com a adoção de tecnologia avançada, permitindo um melhor aproveitamento do solo e dos rebanhos.
Georreferenciamento, satélites, internet e informações em tempo real são exemplos de ferramentas tecnológicas que terão o uso incentivado pela nova política. Algumas das principais diretrizes do projeto são o apoio à inovação, à sustentabilidade e ao desenvolvimento tecnológico e à difusão dessas novas tecnologias, além do estímulo à ampliação da rede e da infraestrutura de pesquisa. A novidade agrada representantes dos setores envolvidos.
“A gente tem certeza que, a partir da inserção de tecnologia, novas aplicações, novas gerações de emprego, novos usos de tecnologia vão surgir. E, aí, o dinamismo econômico vai se dar a partir desse uso da tecnologia, sendo mais eficiente na sua aplicação, no caso da agricultura”, disse Sergio Sgobbi, diretor de Relações Institucionais e Governamentais da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais (Brasscom).
“Então, a gente vê com muito bons olhos essa aprovação no dia de hoje.”
A expectativa do agronegócio é que o uso de tecnologias de ponta faça com que o ramo ganhe eficiência.
“Através do uso de tecnologia, você vai aplicar o fertilizante apenas no local onde é necessária a correção do solo. Quer dizer, você não desperdiça recursos, consequentemente você tem uma maior eficiência na aplicação desses recursos. A racionalização de água tá nesse mesmo contexto, a aplicação de defensivo agrícolas tá nesse mesmo contexto.”
O Projeto não exclui empregos, apenas muda a características deles.
“Esse Projeto de Lei não traz nenhuma obrigação, mas ele traz diretrizes, ele traz os caminhos que o agronegócio pode trilhar para que, através do uso de tecnologias digitais, possa se desenvolver ainda mais e ganhar mais vantagem ainda do que ele já tem.”
O avanço tecnológico traz consigo, também, mudanças no mercado de trabalho, mas, para Sgobbi, não vai ser o caso de demissões.
“O uso de tecnologia, substitui o emprego que é mais laboral, braçal, por um emprego que é mais intelecto. Então, o que que muda? Não é a quantidade de emprego, muda a característica do emprego. É isso que muda. E a consequência disso é que a gente precisará de profissionais mais habilitados com essa competência.”
O projeto foi apresentado ainda em 2019, tendo origem na Câmara dos Deputados.
Como não sofreu alterações no texto da Casa de origem e tinha caráter terminativo, o projeto, que recebeu todos os dez votos favoráveis dos senadores presentes na comissão, vai direto para a sanção presidencial, caso não haja recursos para votação em plenário.
Após recebida a notificação do Senado, o presidente da República tem 15 dias úteis para sancionar, vetar parcialmente ou vetar completamente o projeto. Passado esse prazo sem manifestação, a norma é automaticamente sancionada.