
Nós levantamos às 7h, ligamos o rádio na Educadora AM, de Beltrão. E fomos tomar chimarrão.
Nossos programas preferidos são: o Plantão Policial, do Luiz Carlos Maciel; Cidade Aberta, do Almir Zanette; e o Programa do Daltro Maronezi, popular Magrão. Após o café, a Ida lavou roupa, limpou a casa e preparou o almoço. Eu fui tratar os animais. Temos 40 galinhas caipiras, seis porcos, dois boizinhos e um açude com peixes. Criamos todos esses animais somente para nosso consumo. Há seis anos, arrendamos o sítio para os irmãos Márcio e Mauro Pagnan, da comunidade do Rio Tuna. Já faz quatro anos que vendemos todas as vacas de leite. Às 11h30, almoçamos. Em seguida, fizemos o sono da beleza e descansamos até as 13h30.
Depois, fomos visitar nosso cunhado José Burili, que mora no Bairro Pinheirinho. Daí, passamos na Lotérica do Italo Supermercado, na Cidade Norte, comprar as tele senas da Ida. Faz 20 anos que ela joga e até hoje nunca ganhou nada. Mesmo que não ganhe, o que importa é que a Ida se diverte nos domingos, à noite, conferindo os números pela televisão. Eu sempre compro cartões da Lotofácil. Já ganhei três vezes. Os prêmios foram pequenos mas, um dia, ainda vou acertar de novo e ficar milionário. Eu conferia o resultado dos jogos sómente na lotérica. Agora, vejo os números sorteados pelo Google. Às 17h, chegamos em casa.
Tratei os animais novamente. Assim que acabei, fui tomar chimarrão com a Ida ouvindo o Programa do Magrão, na Educadora. Ele sempre toca uma seleção muito boa de músicas sertanejas. Depois do banho, jantamos. A nossa janta, foi café com leite e pão. Daí, assistimos as três novelas da Globo. Às 23h, fomos dormir. O tempo estava bem escuro. A previsão é de muita chuva pra essa semana. Eu nasci dia 21 de agosto de 1945, na Linha São Pedro, Lagoa Vermelha (RS). Em 1956, chegamos na comunidade do Rio do Mato, Beltrão, de onde nunca mais saímos.
A Ida é natural de Veranópolis (RS). Ela nasceu dia 6 de março de 1947. Era pequeninha quando a família se mudou para a nossa comunidade. Eu e a Ida passamos a primeira comunhão juntos. Em 1952, eles mudaram para a comunidade do Rio Saudades, em Beltrão. Depois, moraram no Verê. Em 1960, os pais da Ida, o seu Júlio de Souza e Mabili Ana Zanini de Souza, compraram um sítio perto do nosso. Ficava a 500 metros de distância. Eu e a Ida namoramos durante sete anos e meio. Nesse tempo de namoro, nos separamos umas oito vezes. A gente ia e voltava, eram só briquinhas bobas. Quando nos separávamos, no máximo 15 dias depois, o namoro começava novamente. Eu sempre ia roçar o nosso potreiro só pra ver a Ida. A casa dela ficava bem pertinho. De vez em quando, durante a roçada, a gente conversava. Eu, de um lado da cerca, e a Ida do outro.
Durante o tempo de namoro o potreiro ficou sempre bem limpinho. Dia 21 de dezembro de 1968, num sábado, às 10h, foi o nosso casamento. Lembro que eu e a Ida fomos para a Igreja em uma Rural, do Jacó Crestani. Além do nosso casamento, no mesmo horário, teve mais 21 casais se casando. A celebração foi feita pelo padre Júlio, na Igreja Nossa Senhora da Glória, em Beltrão. A festa do nosso casamento, aconteceu no sítio dos meus pais: o seu Cristiano José Ossani e a dona Lúcia Faron Ossani. Foram convidadas só pessoas da minha família e da Ida.
Foi carneado um boi e servido vinho, pinga e gasosa. Após o casamento, ficamos morando com os meus pais. Em 1970, construímos a nossa casa. Temos quatro filhos: Rosani, Romildo, Ronize e a Roselaine, seis netos e um bisneto. Em nosso sítio vivemos muito felizes e nossa maior alegria é ver, todos os domingos, os nossos filhos reunidos aqui em casa.