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domingo, 25 de maio de 2025

Edição 8.211

24/05/2025

Temporal deixa prejuízo de R$ 30 milhões em lavouras de Renascença

Lavoura de milho danificada pelo granizo. Foto: Divulgação.

Por Niomar Pereira – Um forte temporal atingiu o interior de Renascença nesta segunda-feira, 19, por volta das 17h20, causando prejuízos às culturas de soja, milho e feijão em várias comunidades. As localidades mais atingidas foram as comunidades de Linha Santana, Anjo da Guarda, Buriti, Canela, Gorete, São Paulo, Planalto, Acampamento Setenta, Assentamento João de Paula, Jaciretã e Santa Tereza.

Os prejuízos ainda estão sendo calculados, mas o que foi apurado até ontem, de maneira preliminar, ultrapassa o montante de R$ 30 milhões. Na cultura de soja foram atingidos aproximadamente 2.000 hectares em diferentes estágios de desenvolvimento, dos quais 1.300 hectares tiveram perda total, exigindo dos produtores o replantio da área.

A estimativa de produção destas áreas aproximava-se de 90 mil sacas de soja, totalizando R$ 15.300.000 pela cotação atual. As demais áreas atingidas, cerca de 700 hectares, amargam uma quebra média de 35%, registrando-se mais R$ 5.355.000 de prejuízos.

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Na produção de milho, mais de 800 hectares foram prejudicados pelo granizo. Destes, 500 hectares tiveram toda a sua produção perdida apurando-se mais R$ 7,4 milhões de perdas.

No restante da área atingida, em torno de 300 hectares, verificou-se uma quebra aproximada de 35% na produção, alcançando-se mais R$ 1.554.000 de prejuízos. No cultivo do feijão foram registradas perdas que comprometeram toda a produção em 200 hectares, acumulando mais R$ 875 mil de perdas.

Segundo o secretário de Agricultura de Renascença, Paulo Deola, considerando-se todas as perdas, até então apuradas, totaliza-se R$ 30.484.000. Ele disse que poucos produtores possuem seguro agrícola para amenizar as perdas. “Eu diria que de 20% a 30% tem seguro, porque atingiu as propriedades grandes, que geralmente não fazem seguro. Por outro lado, também afetou muito as áreas de acampamento e assentamento, que também normalmente não fazem seguro por questões burocráticas e dificuldade de levantar a documentação que os bancos pendem.”

O produtor Cledimar Giacomini, da Linha Buriti, contou ao JdeB que o temporal durou de 20 a 25 minutos, chovendo cerca de 75 milímetros com ventos fortes e granizo. Ele falou que vai aguardar uns 5 dias para poder avaliar melhor e analisar o que será feito a partir de agora, se ainda vale a pena fazer o replantio ou deixar como está avaliando o custo benefício.

“É difícil dizer quanto tivemos de perda, pois tem que avaliar cada área. Algumas estavam em período vegetativo, outros no estágio reprodutivo, algumas áreas ficaram muito comprometidas outras um pouco menos. “Tem áreas que o granizo foi intenso e mesmo o soja estando no período vegetativo será muito difícil a recuperação.”

Cledimar reforça que poucos produtores conseguiram fazer seguro de suas lavouras nesta safra devido aos números elevados de acionamentos no ano passado em decorrência da estiagem.

“As seguradoras restringiram bastante. Uma parte é Proagro, que cobre os custos de plantio aí quem tem Proagro tem que aguardar a avaliação do perito mas uma grande parcela dos produtores atingidos não possui seguro e nem Proagro.”

O meteorologista Piter Scheuer disse que estes episódios, de temporais isolados, ficam mais comuns a partir de agora. São os chamados temporais de verão, que se formam em função do calor e suporte de umidade.

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