Empresários estão confiantes e otimistas em relação aos efeitos da pandemia.
Mais uma data comemorativa do ano se aproxima e os empresários do comércio de Francisco Beltrão começam a ficar novamente animados com a possibilidade de aumento nas vendas. Depois de decretada a pandemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS), muitos comerciantes registraram grandes perdas e prejuízos e, lamentavelmente, os que não conseguiram se manter precisaram encerrar suas atividades e fechar as portas. Os que conseguiram sobreviver ainda sofrem para se recuperar. Datas comemorativas como o Dia das Mães e o Dia dos Pais vêm para trazer ao menos um novo fôlego a quem precisa pagar aluguel do ponto, funcionários e outras despesas como as contas de água, luz e internet.
De acordo com dados da Federação do Comércio do Paraná (Fecomércio), 66,4% dos paranaenses devem presentear seus pais no próximo domingo e os principais tipos de presentes serão itens do vestuário ou calçados. O número permanece no mesmo patamar de 2020, quando 66,2% dos paranaenses disseram que iriam presentear seus pais na data.
Terceira melhor data
O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Francisco Beltrão, Davi Nesi, que é empresário do ramo óptico, afirma estar bastante otimista com a chegada do Dia dos Pais e fala que o comércio deve ter boas vendas, com a retomada da confiança. “A expectativa é muito boa. Aos poucos, a confiança em bons negócios é real. Faltando pouco para o Dia dos Pais, o comércio beltronense já vive a expectativa da data comemorativa, considerada a terceira melhor do ano para vendas, ficando atrás apenas do Natal e do Dia das Mães.”
Recuperação e ampliação
Davi afirma ainda que esse otimismo com relação à data tem uma explicação. “Ninguém deixa a data passar em branco. Independentemente do valor do presente, os filhos não abrem mão de comprar uma lembrança carinhosa para os pais, e o comércio de Francisco Beltrão, como polo regional, é completo e oferece de tudo para presentear.” De acordo com ele, o valor médio dos presentes deve ficar um pouco mais baixo, mas, mesmo assim, as vendas devem ocorrer. “Nós, da CDL, acreditamos ainda que o pior da crise já passou. Vivemos agora um momento de recuperação e ampliação de resultados.”
Certeza de sucesso
André Baixer é empresário do setor de colchões e vice-presidente para assuntos de Comércio da Associação Comercial e Empresarial de Francisco Beltrão (Acefb). Da mesma forma que Davi Nesi, ele informa que as expectativas são as melhores possíveis nas vendas do comércio para o Dia dos Pais. “É uma data muito especial e que, com certeza, vai superar as vendas de 2020. Os números da pandemia estão baixando e o pessoal está indo mais ao comércio. Tem ótimas promoções e condições de pagamento para que todos possam aproveitar.”
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Emprego e renda
O presidente da Acefb, Tarsizio Carlos Bonetti, que também é conselheiro da Federação Paranaense das Associações Comerciais e Empresariais do Paraná (Faciap), disse estar bastante otimista com o momento e que a entidade exerce um papel importante na hora de prestar todo apoio necessário ao empresariado. “É também missão da Acefb fazer com que o nosso empresário associado faça um gerenciamento adequado de seu negócio e que esse empresário crie empregos e renda.”
Confiança
O empresário Douglas Cezar Benetti, da Safira, diz estar preparado e confiante para essa data, que é uma das mais representativas do ano para o comércio e que as condições facilitadas de pagamento devem atrair ainda mais os consumidores. “Estamos preparados e muito esperançosos para o Dia dos Pais. Temos condições diferenciadas e conseguimos uma linha de crédito com a qual hoje podemos competir de igual para igual com os produtos da internet. É isso que o consumidor busca: condições diferenciadas.”
Segundo semestre é melhor
Segundo Douglas, o segundo semestre do ano sempre representa melhores resultados para o comércio, em função do maior número de datas comemorativas neste período. “No segundo semestre, tem Dia dos Pais, Dia das Crianças, Natal, é sempre melhor. Mas já sentimos a diferença no fechamento do mês de julho, que teve um aumento de cerca de 35% nas vendas.”
Pesquisa aponta otimismo
A vacinação contra a Covid-19 avança e o otimismo dos empresários paranaenses, que esperam aumento nas vendas, se sobressai com a flexibilização das medidas restritivas frente à pandemia. É o que revela pesquisa da Datacenso, empresa contratada pela Faciap. A pesquisa foi realizada por telefone e e-mail, no período de 12 a 19 de julho de 2021 e ouviu 500 comerciantes e 1.006 consumidores em oito cidades de diferentes regiões paranaenses: Curitiba, Londrina, Maringá, Cascavel, Guarapuava, Ponta Grossa Paranavaí e Francisco Beltrão. A margem de erro é de 3% para os consumidores e 4% para os comerciantes.
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De acordo com o estudo, a maior parte dos comerciantes paranaenses está esperançosa com o rumo da economia e, principalmente, com o seu negócio, cujo índice apresentou crescimento de 28% em relação à pesquisa do Dia dos Namorados, em junho. O levantamento mostra que a maioria dos comerciantes paranaenses acredita que as vendas em função do Dia dos Pais serão 9,64% superiores às do mesmo período do ano passado. E, no geral, 65% acreditam no aumento das vendas. Os empresários mais otimistas estão em Londrina, Norte do Paraná, onde 76% acreditam no aumento das vendas, seguida por Cascavel, no Oeste do Estado, com 73%, e Curitiba com 64%.
Impactos da pandemia
De acordo com sondagem feita pela Fecomércio, 51,2% dos paranaenses afirmam que sua decisão de compra para o Dia dos Pais foi impactada pela pandemia, principalmente no valor do presente (71,7%). Mesmo com valor um pouco mais baixo, a maior parte dos filhos presenteará os pais nesta data. Diante disso, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) projeta que a data deve movimentar R$ 6 bilhões em 2021 em todo o País.
A entidade prevê crescimento de 13,9% após forte queda nas vendas no ano passado, quando o varejo ainda experimentava o início do processo de flexibilização das medidas restritivas voltadas ao combate da primeira onda da pandemia do coronavírus. A desaceleração da Covid-19 a partir de abril, com a intensificação da vacinação da população, vem ampliando a circulação de consumidores no comércio, embora esse fluxo ainda não tenha se normalizado.
