Mais de 3,5 milhões de chaves foram cadastradas no Pix, o novo sistema de pagamentos instantâneos operado pelo Banco Central (BC).

terá maior agilidade.
Novo sistema de pagamentos e transferências instantâneas, gratuito para pessoas físicas, o Pix vai funcionar de forma parecida com as transferências Doc e Ted. A vantagem é que permitirá um acesso mais simples do que os serviços que existem até agora.
Outra diferença fundamental é que o dinheiro passa do pagador ao recebedor de forma praticamente imediata. O sistema não tem restrições, podendo ser acessado a qualquer hora ou dia da semana.
As transações feitas pelo sistema serão compensadas instantaneamente. Apenas nos casos em que houver suspeita de fraude, os pagamentos ou transferências podem demorar até 30 minutos para serem verificados. As transações podem ser feitas pelos aplicativos de bancos e de pagamentos para telefone celular ou pela internet banking em computadores.
O Pix também ganha velocidade porque não é necessário informar todos os dados do beneficiário. Os usuários do serviço podem cadastrar de uma até cinco chaves associadas a uma conta bancária. Com a chave é possível localizar o destinatário do pagamento sem outros dados de identificação.
Poderão ser usados como chave o CPF, o CNPJ, o número do celular, o endereço de correio eletrônico (e-mail) ou um código de 32 dígitos gerado especificamente para o Pix (EVP). Basta informar a chave do beneficiário para que o sistema localize o recebedor do pagamento e realize a transação. No caso de não ter uma chave, o usuário precisará repassar os dados bancários ao outro envolvido na transação.
O código EVP permite receber pagamentos sem informar nenhum dado pessoal, sendo um código com letras e números criado especificamente para as transações por meio do Pix. O código aleatório vai possibilitar ainda a geração de códigos de barra do tipo QR Code, que podem ser lidos por câmera de celular para fazer pagamentos. Os códigos podem ser fixos, com um mesmo valor de venda (em locais de preço único), ou variáveis, criados para cada venda.
Segundo o professor e analista de valores mobiliários, Claudemir José de Souza, as transações através do Pix podem ser feitas entre pessoas, entre pessoas e estabelecimentos comerciais e entre estabelecimentos para entes governamentais, no caso de impostos e taxas. “Detalhe: sem custo para você que tá liberando o dinheiro e sem custo para quem tá recebendo. Então, é muito interessante porque vai dar agilidade às transações comerciais, porque hoje, por exemplo, se eu vou numa loja, não tenho dinheiro e não tenho cartão de crédito, eu posso negociar lá para pegar o produto de repente no dia seguinte, ir no banco para fazer uma transferência bancária, seja um Ted, que é uma transferência eletrônica, ou um Doc ou Ted, no mesmo dia, o DOC no dia seguinte, mas tem custo, você paga uma taxa para transferir o dinheiro para outra pessoa. O Pix não, o Pix além de um pagar nada, vai funcionar 24 horas por dia.”
Conforme disse, também vai reduzir o volume de papel moeda em circulação, reduzindo o número de dinheiro em espécie que as pessoas fazem transações, porque daí você não precisa mais andar com dinheiro no bolso, você com o teu smartphone, vai fazer um pagamento e você usa o Pix e faz o pagamento, vai no supermercado em vez de usar cartão de crédito, cheque ou dinheiro, você vai poder pagar pelo sistema Pix do Banco Central. Então, é uma grande revolução mesmo no sistema de pagamento aqui no Brasil, porque, veja bem, reduzindo o papel-moeda, se tivéssemos lançado antes evitaria, por exemplo, o Governo ter que imprimir e lançar uma nota de R$ 200. Por que? Porque não vai precisar mais as pessoas circularem com dinheiro, basta ter conta em um banco, que você vai poder realizar transações comerciais —novamente eu reforço: pessoa para pessoa, estabelecimento comercial para outro estabelecimento, ou pessoa para um estabelecimento comercial e até mesmo pagar impostos e taxas.
O professor Robson Faria, especialista em Finanças, ressalta que o Pix aumentará concorrência entre instituições financeiras trazendo simplicidade e inovação, além de permitir que pessoas façam transferências bancárias 24 horas por dia nos 365 dias do ano. Ele ressalta que a grande vantagem é o não pagamento de taxas.
Quem pode oferecer
Os usuários podem cadastrar as chaves fazendo contato com as instituições com as quais têm relacionamento. Estão aptos a fazer transações pelo Pix bancos, instituições financeiras e plataformas de pagamento.
Limites
Os valores que poderão ser transacionados pelo novo sistema vão variar de acordo com o perfil de cada cliente, do mesmo modo que com outros serviços bancários. Os limites variam de no mínimo, segundo a regulamentação do Banco Central, 50% do valor das transferências tipo TED até o valor autorizado para compras em débito.
Os limites vão variar de acordo com o dia da semana e o horário em que for utilizado o serviço. O Pix vai funcionar 24 horas por dia, sete dias por semana. As transferências e pagamentos também podem ser agendadas, da mesma forma que acontece com o DOC e a TED.
Tarifas
O Pix é gratuito para transferências ou recebimento por pessoas físicas. Poderão ser cobradas tarifas caso o sistema seja usado como meio de recebimento para vendas de produtos ou serviços. As instituições podem ainda tarifar o uso presencial ou por telefone do sistema.
As instituições são livres para tarifar os usuários pessoas jurídicas (empresas).
Início
O sistema vai entrar em operação, em fase experimental, a partir do dia 3 de novembro. Nessa etapa, vai funcionar apenas para um número reduzido de clientes e em horário limitado. Ainda não foram definidos os critérios que vão determinar como serão escolhidos os usuários nessa fase experimental. O sistema será aberto para toda a população a partir de 16 de novembro.