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Francisco Beltrão
sábado, 31 de maio de 2025

Edição 8.216

31/05/2025

Construção sofre com aumento de preços

Os aumentos de preços constatados em alguns segmentos da economia brasileira decorrem mais da desvalorização do real e pressões de demanda.

Ferro, um dos principais insumos da construção civil, está tendo aumentos sucessivos.

Nos últimos dias não é incomum encontrar alguém reclamando de aumento de preços, principalmente de setores importantes como alimentação e construção civil. É o chamado processo inflacionário, que andava meio ausente do vocabulário do brasileiro, porque nos últimos meses a inflação oficial medida pelo governo tem ficado dentro da meta.

Contudo, no dia a dia, as pessoas têm impressão de que os reajustes são mais frequentes. Um empresário do ramo de metalurgia informou ao JdeB que o preço do ferro tem tido aumentos semanais, sem contar a falta de matéria prima. Há empresas de materiais de construção que estão com dificuldade para repor seus estoques. Principalmente de ferro e telhas de amianto. “É que (as indústrias) diminuíram a produção, mas as vendas continuam igual”, comenta um vendedor de lojas de materiais de construção. Isso acarreta em aumento de preços.

Uma vendedora de lojas de móveis disse que a empresa somente está comercializando os modelos que possui em seu estoque, porque as indústrias moveleiras estão demorando até dois meses para entregar pedidos em razão da falta de mão de obra. Outra vendedora do comércio local relatou que as vendas nunca foram tão boas no setor de móveis como estão sendo agora.

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Alta demanda e baixa oferta
O economista José Maria Ramos, professor da Unioeste de Francisco Beltrão, afirma que esses aumentos ocorrem por diferentes motivos, como a quebra de produção que reduz a oferta de bens ou serviços sem alterar a demanda, de uma demanda maior que a capacidade produtiva, da desvalorização da moeda nacional que aumenta os preços de bens e serviços importados, entre outras variáveis. “A inflação é calculada pelos índices de preços, conhecidos como índices de inflação”, diz.

No Brasil, a inflação é calculada pelo IBGE que tem dois principais índices o IPCA (Índice de Preços Amplo ao Consumidor) e o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor). A inflação oficial para correção das metas de inflação e taxas de juros é dada pelo IPCA, que analisa uma cesta com 377 produtos e serviços, com itens de alimentação e bebidas, habitação, artigos de residência, educação, despesas pessoais, comunicação, cuidados e saúde pessoais, transporte e vestuário. Cada item tem um peso para compor a inflação e leva em consideração as famílias que ganham entre 1 e 40 salários mínimos.

Portanto, segundo José Maria, a inflação afeta de forma diferente as famílias e o aumento de preços de determinados bens e serviços não significa que a inflação será mais alta, pois pode haver queda de preços de outros bens e serviços, que na média final pode significar até mesmo uma inflação menor. “Simplificando, por exemplo, não é porque o preço do arroz aumentou que a inflação vai aumentar. Entretanto, há os vilões que podem contribuir para uma inflação maior. É o que está acontecendo na economia brasileira, que apresentou uma alta bastante importante em preços de itens da cesta básica, mas inflação acumulada dos últimos 12 meses, medida pelo IPCA, é de 2,31% e o IPCA de julho foi de 0,36%. Isto é, alguns itens da cesta básica subiram mais que a inflação.”

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