Doutores e industriais buscam inovação tecnológica
Das assessorias
A união dos setores industrial e acadêmico é a saída para que o Brasil amplie o volume de investimento em inovação tecnológica. A avaliação é do diretor executivo da Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (Anpei), Olívio Ávila. Ele participou do Encontro Paranaense de Inovação na Indústria, promovido nesta terça-feira, 24, pelo Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) e pelo Instituto Paraná Desenvolvimento (IPD).
Para o presidente da Fiep, Rodrigo da Rocha Loures, a parceria entre profissionais com doutorado e empresários é importante para ampliar a capacitação do setor industrial. ?O empresário está percebendo que a inovação tecnológica é fundamental para o desenvolvimento de sua empresa?, diz Rocha Loures. ?Temos que transformar o conhecimento acadêmico em riquezas?.
Ao falar sobre ?Como Alavancar a Inovação Tecnológica nas Empresas?, Olívio Ávila ressaltou que atualmente os investimentos em pesquisa são tímidos no país. O setor produtivo aplica apenas 37% de tudo o que se investe em pesquisa no Brasil. ?Nos países europeus o percentual do setor privado supera os recursos públicos?, compara.
Ávila mostrou que o cenário brasileiro do setor de Pesquisa e Desenvolvimento é tão acanhado quanto o investimento realizado. Um levantamento sobre investimentos em pesquisa tecnológica, feito pelo IBGE, entre 1998 a 2000, avaliou 72 mil indústrias com mais de dez funcionários. ?Do total de organizações investigadas, 22 mil empresas disseram que aplicaram recursos em inovação tecnológica?, informa o diretor executivo da ANPEI.
Segundo Ávila, os segmentos industriais que mais investiram em Pesquisa e Desenvolvimento foram os de informática, eletrônica e de telecomunicações. ?Pelo levantamento do IBGE, os riscos econômicos, a escassez de financiamento e a falta de informação sobre o mercado são razões que impedem maiores investimentos do setor industrial brasileiro?, disse.
O diretor da ANPEI destaca que as empresas também não sabem aproveitar os recursos oficiais disponíveis. Quando investem em pesquisa, as indústrias valem-se apenas de recursos próprios, usando apenas 8% de capital oficial.
Ações
Para Ávila existem ações que começam a mudar este cenário. ?Iniciativas como a do Sistema Fiep tenta aproximar o meio acadêmico e o empresarial?, diz Ávila. Após a palestra de Ávila, os doutores e empresários começaram a discutir ações para ampliar este processo de aproximação. Por meio da Academia Paranaense para o Desenvolvimento, os participantes querem levantar as demandas existentes no setor industrial e as do setor acadêmico. Desta maneira querem unir os interesses para alavancar novos investimentos em inovação tecnológica.
