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Francisco Beltrão
sexta-feira, 30 de maio de 2025

Edição 8.215

30/05/2025

Empresários beltronenses defendem isolamento vertical

Um grupo de 150 empresas está reunindo argumentos técnicos para embasar a reabertura do comércio de Francisco Beltrão.

Um grupo de mais de 150 empresários de Francisco Beltrão está se organizando e grupos de WhatsApp e reunindo argumentos técnicos para embasar a reabertura do comércio na cidade. Segundo eles, é possível combater o coronavírus com o isolamento vertical, em que somente os grupos de risco ficam isolados e o restante pode voltar ao trabalho, com os devidos cuidados de higiene para não se contaminar com o coronavírus.

“Estamos passando pela pior pandemia da história do Brasil. Mas depois vamos entrar na pior crise econômica do país. O fato é que somente 6% da população brasileira tem uma poupança, o que ajudaria muito num momento desses. E 27 dias é o tempo médio de caixa de uma pequena e média empresa brasileira. Essas pequenas e médias empresas geram 80% dos empregos brasileiros hoje e, se continuar assim, elas vão quebrar. Nos Estados Unidos, em que o desemprego é de apenas 3%, pode chegar a 30% por conta disso. Se lá vai ficar assim, como vai ficar a economia brasileira, que é muito mais fragilizada? A renda média do brasileiro é de apenas 400 dólares. A renda média de um italiano é de quase dois mil dólares. O Brasil não tem estrutura econômica para fazer um isolamento horizontal, como estão fazendo os países da Europa. Precisamos pesquisar mais sobre o isolamento vertical, que é o ideal para o país neste momento.” Essa fala é do jovem empresário Tallis Gomes, criador dos aplicativos Easy Taxi e Singu, milionário aos 32 anos e uma referência de empreendedorismo no país. O vídeo de Tallis está circulando no grupo desses empresários beltronenses que defendem o isolamento vertical, ou seja, querem a reabertura do comércio e o cuidado separado para as pessoas em situação de risco.

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“Eu tenho dois comércios, represento aqui uma cafeteria, que não é uma necessidade básica, é um momento de lazer para a população, então a gente foi atingido drásticamente desde que começou. E eu tenho um outro comércio que eu consigo atender praticamente online, então eu vivencio os dois lados desse isolamento social. Estamos muito preocupados, mas ainda às cegas. Logo que começou a quarentena, eu fui uma das primeiras a aderir, e achei de extrema importância parar para saber como reagir e se comportar. Mas a gente não quer que abra amanhã, por exemplo, queremos transparência, que a gente vai voltar tal dia, que a campanha de prevenção vai ser essa e o procedimento vai ser esse. Precisamos de orientação. Até pro cliente se sentir mais seguro de entrar no estabelecimento”, comenta Liliana Paula Andrade, empresária da Monet Snack Bar, Benditta e Casa Luz.

“As pessoas não pararam de sair de casa, as ruas estão fervendo, os idosos continuam indo pra rua. Existe muita hipocrisia por parte dessas pessoas que são contra os comerciantes. Tem muita gente achando que está de férias. Na internet, bate no empresário, mas não pratica a mesma coisa. Quem gera riqueza no Brasil são as empresas. Temos 40 milhões de autônomos no Brasil, eles estão em dificuldade”, analisa Emanuel Venzo, gerente do Posto Maxsul.

“Cada pessoa tem uma função na sociedade. Quem trabalha na Copel, na Sanepar, entrega lanches, enfim, estão dando conforto pra quem tá em casa. Essas pessoas não pegam o vírus? É só quem tá no comércio? Não queremos aqui atacar ninguém, só estamos falando da nossa dificuldade. Os empresários estão ajudando a assumir essa responsabilidade, pra que não fique só a cargo do gestor do município fechar ou reabrir o comércio”, afirma Joel Berté, proprietário da Grafibem.

“Como pequeno empresário, que tem o comércio há seis anos na cidade, a gente vê que não tem coerência em algumas decisões. Qual o risco de uma loja aberta em relação a um supermercado ou a um posto? Parece que nós lojistas estamos sendo crucificados”, diz Valdir Gomes da Silva, proprietário da Smart Tec.

“Os empresários são muito mal interpretados. Tem gente que acha que o empresário nada no dinheiro, e não é verdade. Seja empresário pra ver como é! A maioria dos empresários beltronenses trabalha hoje pra pagar o boleto de amanhã”, avalia Rodrigo Bitencurtt, proprietário do Restaurante Forno de Barro.

Emanuel Venzo, gerente do Posto Maxsul: “tem muita hipocrisia dessas pessoas que são contra os comerciantes”.

 

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