Serviços essenciais podem funcionar, mas com restrições, e algumas lojas abrem somente para quem for pagar a parcela no caixa.
Apesar do decreto de suspensão do funcionamento de atividades não essenciais, muitas lojas de Francisco Beltrão passaram a atender de portas fechadas. Em muitos casos, os empresários apelaram para o delivery, recebendo pedidos via Whatsapp e enviando os produtos escolhidos – sejam lanches, roupas, calçados e até móveis –, mas muitas lojas também estão recebendo os clientes, nem que seja na porta ou com horário marcado.
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Essa situação foi identificada ontem pelo JdeB no centro da cidade, que, aliás, estava bem movimentado para um período de quarentena. Muitas lojas estavam funcionando internamente e até recebiam clientes, mas mantinham as portas encostadas. É que, apesar de não poder vender, os estabelecimentos passaram a permitir a entrada de clientes para o pagamento de contas do crediário próprio.
Uma das lojas de departamentos instalou um computador e máquina de cartão na calçada para receber as faturas e, caso não fosse possível o pagamento, o cliente entregava o dinheiro a uma funcionária para liquidar a conta na parte interna da loja. Numa loja de materiais de construção, por exemplo, o cliente e o vendedor ficavam separados pelo vidro da porta e era possível fazer pedidos para entrega.
Em lojas de chocolate, que estão aptas a funcionar devido ao período de Páscoa, o movimento era grande, mas só podiam entrar no estabelecimento alguns clientes por vez e o restante deveria aguardar na calçada. Um funcionário cuidava para que fosse respeitado o distanciamento.

Decreto permite atividades essenciais
Segundo o decreto editado pela Prefeitura, o funcionamento de atividades não essenciais é proibido, mas não há detalhes de eventuais exceções ou casos específicos de atendimento, como fazem alguns estabelecimentos. Somente os serviços essenciais podem operar (com restrições); são eles os supermercados, postos de combustíveis, serviços de saúde, funerárias, distribuidoras de água e gás, venda exclusiva de chocolates, oficinas mecânicas, borracharia, vidraçaria, clínicas veterinárias e de produtos agropecuários. Em alguns casos, mesmo estas devem limitar a entrada de clientes ou atender somente em regime de plantão ou com delivery.
A fiscalização de eventuais irregularidades e descumprimento do decreto é feita pela Secretaria de Saúde, com apoio de fiscais da Fazenda Municipal. As empresas que burlam as exigências da Prefeitura neste período de quarentena podem ser multadas; os valores variam de R$ 500 a R$ 50 mil.

Nesta loja, clientes podem pagar as parcelas através de uma máquina instalada na calçada.
Fotos: Leandro Czerniaski/JdeB