Demanda pelos produtos cresceu nos últimos meses, mas prazo para receber matéria-prima está maior.

Sudoeste tem cerca de 30 empresas do setor, que geram em torno de 1,5 mil empregos.
Foto: Leandro Czerniaski/JdeB
O ritmo de trabalho na linha de produção de empresas de utensílios de alumínio foi normalizada há tempo. O setor sentiu as primeiras paralisações de atividades, mas desde maio a demanda pelos produtos foi normalizada e até cresceu. “O mercado está bem aquecido, as vendas deram um salto nos últimos meses e hoje nossa dificuldade é ter matéria-prima para produzir as encomendas”, pontua Ademar Pastre, sócio da Alumínios Lummi e presidente do APL (Arranjo Produtivo Local) de Alumínio.
A falta de uniformidade nos decretos municipais é a responsável pela falta de matéria-prima. Empresários do setor na região comentam que encomendas que eram entregues em 20 dias estão demorando até dois meses pra chegar. Isso porque boa parte das empresas recebe os discos e transforma as peças brutas em panelas e chaleiras, finalizando com o polimento e montagem de cabos e baquelite.
“Nós sempre tivemos um estoque bom e isso vai garantir nossa produção por mais uns 60 dias. Já temos encomendas suficientes para as próximas semanas e nossa perspectiva é de que vá continuar neste ritmo o até fim do ano, com uns segmentos dentro da nossa linha se sobressaindo a outros”, analisa o empresário Cesar Ecker, da Alumínios Docesar.
A explicação para o aumento na demanda pode estar nos efeitos da própria pandemia. Como as pessoas estão ficando mais tempo em casa e indo menos a restaurantes, cresceu a procura por produtos para a cozinha. Além disso, a injeção de recursos do auxílio emergencial está permitindo que muitas pessoas mantenham a renda neste período. “Daquilo tudo que se temia no início da pandemia, não tivemos um cenário catastrófico, boa parte porque o governo agiu rápido para manter a economia e os empregos”, observa Ruth Ruaro, gerente administrativa da 5 Estrelas.
Contratando mais
A recuperação rápida está dando impulso às contratações. As empresas ouvidas pelo JdeB estão repondo vagas e incrementando o quadro de funcionários para dar conta dos pedidos. A direção da Agência do Trabalhador informou que muitas indústrias do setor estão procurando trabalhadores, mas que às vezes as vagas demoram ser preenchidas. Os perfis mais adequados são selecionados e encaminhados para o recrutamento interno da empresa. Segundo Ademar Pastre, o APL de Alumínios da região possui cerca de 30 empresas, que geram em torno de 1,5 mil empregos diretos.
Considerando todos os setores e funções, cerca de 70 vagas são disponibilizadas por dia e, apesar da pandemia, somente em julho foram contratados 165 trabalhadores encaminhados pela Agência.