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Francisco Beltrão
quinta-feira, 29 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

Nova gasolina brasileira irá dificultar adulterações

A partir de 3 de agosto, ANP vai exigir que combustível tenha densidade mínima de 0,715 kg/litro.

Dacorregio opina que mudança só vai afetar postos e distribuidoras que vendem gasolina de má qualidade.

Daqui um mês, motoristas brasileiros terão acesso a um novo padrão de gasolina. A ANP (Agência Nacional de Petróleo e Gás) estipulou no início do ano mudanças no valor mínimo da massa específica, parâmetros de destilação e limites para a octanagem RON que devem melhorar a qualidade do combustível, deixá-lo mais benéfico ao meio ambiente e dificultar fraudes e adulterações.

Uma das novidades está ligada à octanagem. A nova gasolina não será mais resistente à pressão dentro do motor sem sofrer combustão espontânea, mas um novo índice que mede a octanagem do combustível será adotado. Atualmente, é usado o padrão IAD e agora será adotada a especificação RON (a mesma utilizada na Europa).

Isso é necessário para se adequar às novas tecnologias de motores e fará com que nossa gasolina do tipo comum passe a ter 91 octanas pelo parâmetro RON, em vez dos atuais 87 no padrão IAD. “É como mudar a leitura de velocidade de milhas por hora para quilômetros por hora”, compara o engenheiro mecânico do Senai, de Francisco Beltrão, Marcelo Dacorregio. Ele ressalta que o percentual de etanol no combustível permanecerá o mesmo: 27% na gasolina comum e 25% na premium.

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Densidade mínima
A grande diferença para o consumidor está na padronização da massa específica da gasolina. Até então, não havia nenhuma regulamentação neste sentido e o consumidor acabava tendo gasolina de diferentes densidades no mercado, variando entre próximo de 700 gramas por litro até 770 g/l. A eficiência do motor depende da densidade do combustível: quanto maior, mais potência e rendimento ele gera ao motor, resultando em mais energia e menos consumo para os veículos.

“A Petrobrás vai padronizar em 0,715 kg/litro independentemente da mistura com álcool anidro. Mas como ela mesma já fornecia entre 0,73 a 0,77, usou a lei para piorar a sua própria densidade, mas potencialmente eleva a das outras distribuidoras, que vendiam gasolina mais barata ou formulada. Ficará mais cara porque terá que ser padronizada e isso exige mais uma inspeção de produção. Para quem abastece com combustível de qualidade, pode ser que encontraremos coisa pior para vender. A vida parece melhorar para quem abastece com combustível de qualidade mais baixa que passa a ter a obrigação de oferecer pelo menos 0,715 kg/litro”, analisa Dacorregio.

Outra especificação da nova gasolina diz respeito à temperatura de destilação no ponto 50% evaporado (T50), com benefícios diretos para a dirigibilidade, o desempenho e o aquecimento do motor.

E o custo-benefício?
A questão que ainda intriga os consumidores é se o custo maior da nova gasolina irá compensar no ganho de rendimento. Para quem está na dúvida, a sugestão do engenheiro mecânico é a utilização do etanol em carros bicombustíveis. “Melhor combustível que existe atualmente”, diz ele, referindo-se a benefícios ambientais, baixa geração de resíduos na combustão, melhora da potência e preço por km rodado até menor que o da gasolina em boa parte dos modelos de motores.

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