Novos projetos já devem ter controle de estabilidade e passar por teste de colisão lateral.

Motoristas e passageiros de veículos produzidos ou projetados a partir deste ano devem estar mais seguros. Isso porque entraram em vigor no dia 1º de janeiro novas regras para evitar acidentes – a chamada segurança passiva – e também minimizar seus danos quando eles ocorrem.
As duas maiores novidades são a obrigatoriedade de controle de estabilidade em carros projetados a partir deste ano, bem como a exigência do teste de colisão lateral. O controle de estabilidade é um mecanismo que atua quando o carro está a ponto de sair de sua trajetória, numa curva ou em piso escorregadio, por exemplo, agindo para que o veículo recupere sua estabilidade. O sistema, reduz o torque ou freia as rodas de forma individual e até então é disponibilizado em modelos mais populares, mas somente nas versões mais caras.
Já o teste de colisão vai permitir saber o quão seguro cada modelo é. Para isso, o Contran (Conselho nacional de Trânsito) estabeleceu uma série de procedimentos para a realização dos crash test e os parâmetros aceitáveis. Por exemplo: as fechaduras e dobradiças das portas devem se manter fechadas durante o impacto lateral, mas depois as portas precisam ser facilmente abertas; nem haver grande vazamento de combustível ou peças que se soltem e possam ferir os ocupantes.
Isofix, cinto de três pontos, encosto…
Outras novidades são mais simples, mas são primordiais para reduzir os danos em acidentes, como a obrigatoriedade de encosto de cabeça e cinto de três pontos para todos os ocupantes. O isofix – sistema para fixar cadeira infantil – também se tornou obrigatório a partir deste ano, assim como o alerta de cinto desafivelado. Estes itens, no entanto, são exigidos em todos os carros novos vendidos no País, diferentemente do controle de estabilidade e crash test lateral, que valem somente para os lançamentos e serão itens de série em todos os 0 km nos próximos anos (2022 e 2023, respectivamente).
Reduzir danos
Aos poucos, estas exigências tendem a colaborar para a redução de acidentes, mas, principalmente, vão ajudar a diminuir a fatalidade das colisões. É o que avalia o engenheiro mecânico Marcelo Dacorregio, do Senai de Francisco Beltrão: “Hoje tem um conceito equivocado de que os carros são mais frágeis que os modelos antigos, mas a realidade é que eles passaram a ser feitos de forma a se deformar mais e absorver o impacto, preservando os ocupantes. Agora, a tecnologia e itens que parecem simples estão aprimorando esse processo de fazer os veículos cada vez mais seguros”.
Dacorregio reconhece que as novas regras tendem a elevar o preço dos carros brasileiros, mas cita que o valor a mais que será pago nos veículos deve ser considerado um investimento. “Vai ficar mais caro, mas será mais seguro. E isso é algo que, infelizmente muita gente acha caro e prefere não pagar, não quer usar: quantas vidas o airbag já salvou, por exemplo?”, indaga. A massificação da tecnologia também tende a popularizar alguns itens e deixá-los, proporcionalmente, mais baratos.
Itens obrigatórios
Isofix – todos 0 km
Aviso de cinto – 0 km
Cinto de 3 pontos – 0 km
Teste de colisão lateral – lançamentos
Controle de estabilidade – lançamentos.