Economista alerta para pessoas tomarem cuidado para não caírem nos juros especiais.

Depois da fase de operação restrita, o Pix, sistema de pagamento instantâneo, entrou em funcionamento pleno ontem (16). Todas as pessoas e empresas com conta corrente, poupança ou conta de pagamento pré-paga em uma das instituições aprovadas pelo Banco Central (BC) já podem fazer transferências pelo novo sistema que vai funcionar por 24h todos os dias.
Em outubro, o BC relatou que 762 instituições tinham sido aprovadas para ofertar o Pix, a partir deste mês. Hoje, o BC informou que desse total, 19 instituições que têm participação facultativa no novo sistema não realizaram todos os testes durante o período de operação restrita e, portanto, retornaram à etapa de homologação, que ocorrerá a partir de 1º de dezembro de 2020. Assim, essas instituições, deixaram para ofertar o Pix em momento futuro. Além disso, nove cooperativas foram incorporadas por outras instituições.
Hoje, são 734 instituições com o Pix disponível para toda a base de clientes.
Chave Pix
Segundo o Banco Central, não há limite mínimo para pagamentos ou transferências via Pix. As instituições que ofertam o Pix podem estabelecer limites máximos de valor para reduzir riscos de fraude, lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo.
Para fazer transferência ou pagamento, bastar ter a chave de quem vai receber o dinheiro, em vez de informações sobre agência, conta e dados pessoais do recebedor.
A chave Pix previamente cadastrada pode ser o CPF, CNPJ, e-mail, número de celular ou chave aleatória (uma sequência alfanumérica gerada aleatoriamente que poderá ser utilizada por usuários que não queiram vincular seus dados pessoais às informações de sua conta). O recebedor também pode gerar QR Codes.
Redução do dinheiro físico
O economista José Maria Ramos, professor da Unioeste – campus de Francisco Beltrão, salienta que há um certo alvoroço em torno do Pix, mas que na verdade é tão somente uma forma de pagamento, transferência de valores desenvolvido pelo Banco Central do Brasil, de forma eletrônica. “Diferentemente das modalidades de DOC e TED, que têm custos aos usuários e um prazo mais demorado, o Pix é praticamente instantâneo e sem custo. Realizar pagamentos com o Pix representa uma simplificação e reduzirá o uso do dinheiro físico (papel moeda).”
Segundo ele, para pagar com Pix, fazer uma transferência para outra pessoa ou empresa requer que haja saldo na conta corrente. “Daí o cuidado para não sair fazendo compras, pagamentos e quando se der conta já estar usando o limite da conta, pois ao usar o limite será cobrado juros. E os juros sobre uso do limite da conta corrente não é nada vantajoso, aliás é um abuso.”
Assim, se por um lado o Pix traz a vantagem da praticidade para pagamentos e transferências, por outro lado é preciso o controle dos gastos para não entrar no vermelho da conta corrente. “É a mesma coisa com o cartão de crédito: não dá para ficar refinanciando as faturas, fazer pagamentos mínimos, pois os juros são escorchantes. O Pix é como o dinheiro na sua carteira, só que na forma eletrônica. Portanto, muita atenção. E como diz a música de Paulinho da Viola, Pecado Capital, dinheiro na mão é vendaval.”
A Resolução BCB 19 de 1º de outubro de 2020 estabelece duas situações de cobrança para pessoas físicas pelo uso do Pix. Quando do atendimento de forma presencial ou por receber Pix decorrente de uma compra, por exemplo, quando um vendedor recebe dinheiro após o serviço.