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Francisco Beltrão
domingo, 25 de maio de 2025

Edição 8.211

24/05/2025

Para produtores de frangos e perus, o momento atual da economia é de crise

 

Presidente da Avisud, Claudinei Colognese.

 

Na última sexta-feira, 16, aproximadamente 200 produtores se encontraram no auditório do Centro de Eventos do Parque de Exposições Jayme Canet Júnior, em Francisco Beltrão, para reunião técnica da Associação de Avicultores do Sudoeste do Paraná (Avisud). São produtores de perus e frangos de seis municípios integrados à BRFoods. De acordo com o presidente Claudinei Colognese, as condições de trabalho são próximas de uma crise.  “A principal dificuldade é o custo da produção e o que recebemos dá quase só para pagar o custo. Hoje, nós recebemos 31 centavos, em média, por ave para ser criada, porém o custo de produção, mais a depreciação do aviário, mais mão de obra e manutenção faz o custo chegar a 32,3 centavos a cabeça.

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Precisamos de aumento de repasse de no mínimo 30%”, esclarece Claudinei.  Para chegar a dados consistentes, a Avisud procurou a Embrapa, com a qual realizou um trabalho em Dois Vizinhos para avaliação dos custos de produção de frangos. No caso do peru, as vendas diminuíram e há alojamentos fechando. O contrário acontece com o frango, em que se entrega um lote e com um intervalo de sete dias já se inicia outro. Além disso, outra reclamação da classe é de que não houve correção com a inflação, que chegou a 34%, quando eles tiveram um aumento de somente 6%. 

“Sobrevive porque aviários têm 10 anos”
Claudinei afirma que o produtor com um aviário de 1.200 m² fica no vermelho. Este é o tamanho mais comum na região e, para a construção de um novo aviário, o investimento é de R$ 300 mil, mais mão de obra, ampliar a produção demanda um alto valor. “A gente só sobrevive porque os aviários têm de 10 a 15 anos. Então é impossível fazermos novos investimentos para aumentar a produção na propriedade”, frisa o presidente da Avisud. 

Com a finalização do trabalho realizado com a Embrapa, a associação deseja dialogar com a empresa integradora. “Se não conseguirmos um aumento do repasse, nós faremos protesto para recebermos o que é justo”, declara Claudinei. 

Sem leis para proteger o produtor 
De acordo com ele, não há leis que protejam o sistema de integração. Então o produtor local precisa se unir com a categoria de todo o país. “Em Beltrão, nós não temos nenhum incentivo para produção. Vemos muito para o leite, mas se tirar a BRF daqui, vai ver o que acontece. Sentimos falta de mão de obra, porque não tem gente especializada, nosso próximo passo é conseguir fazer um centro de treinamento, mas precisamos de parcerias”, ressalta.

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