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Francisco Beltrão
terça-feira, 27 de maio de 2025

Edição 8.212

27/05/2025

Procura por motos 0km aumenta, mas clientes precisam aguardar até três meses para entrega

Negócios

Duéli Stachelski e Nasser Mujahed, da Honda/Rio Branco: concessionária não tem mais estoque e trabalha somente sob pedido.

Os efeitos da pandemia continuam sendo sentidos no mercado automobilístico. O lockdown que suspendeu atividades econômicas no início do ano em Manaus afetou uma série de produtos que são fabricados na Zona Franca da cidade, incluindo as motocicletas Honda. Apesar de já ter voltado a trabalhar com 100% de sua capacidade, a fábrica ainda não consegue suprir toda a demanda e causa um efeito em cadeia que afeta concessionários e consumidores de todo o País.

“No período em que a produção foi suspensa [janeiro a maio], vendemos todo nosso estoque e hoje só estamos conseguindo trabalhar sob pedido”, explica a gerente administrativa da Honda/Rio Branco, Duéli Stachelski. A concessionária de Francisco Beltrão criou um cadastro de pré-reserva em que o cliente indica a cor e o modelo desejado; assim que o veículo desembarca, é entregue diretamente ao dono. Tem gente está desde março aguardando a chegada de Biz na cor branca, mas outros modelos e cores têm espera média entre 60 e 90 dias para o recebimento.

A Honda já está trabalhando para normalizar a produção, investindo na ampliação da capacidade de produção, mas mesmo que seja possível montar mais motos por dia não dá para finalizar todas devido à falta de alguns componentes importados. A Rio Branco, por exemplo, encomenda cerca de 150 motos por mês e o pedido que será feito nos próximos dias é para receber as motos em outubro.

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Efeito dominó
A produção descompassada causa um efeito dominó. Os reajustes vêm sendo mais frequentes para compensar a alta nos custos de produção, algumas peças de reposição estão mais difíceis de encontrar e devido ao prazo de entrega, muitos clientes acabam optando por uma moto usada e a concessionária deixa de fechar negócio.   

Combustível e delivery
O aumento da procura pelas motos também ajuda a explicar a dificuldade em suprir a demanda. Duéli cita que desde que a gasolina passou a subir de forma mais acentuada, o número de gente interessada em trocar o carro pela moto nas locomoções do dia a dia também cresceu. “Quem vinha gastando cerca de 400 reais de combustível por mês é a maior faixa que está procurando por motos porque o raciocínio é o seguinte: vai ser possível pagar uma parcela entre 200 e 300 por mês, tem ainda uma margem pra abastecer e ainda vai ficar com o bem”, compara a gerente.

Um carro popular faz cerca de 11 km/litro na cidade, enquanto as Biz e CG – os modelos mais procurados na Rio Branco – fazem entre 30 e 35 km/l.O boom dos delivery durante a pandemia também vem contribuindo para as vendas de motos. Dados do Debetran sobre a frota do município indicam que nos seis primeiros meses deste ano o trânsito de Beltrão recebeu 299 novas motos, quase a mesma quantidade que no ano passado inteiro (386). A frota de motocicletas já passa de 14 mil na cidade.

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