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Francisco Beltrão
quinta-feira, 29 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

Queda de juros pode tornar a portabilidade de financiamento imobiliário mais vantajosa

Quem fez empréstimo para comprar a casa quando as taxas eram maiores pode migrar para uma linha de crédito com juros atualizados.

Claudemir de Souza, analista de valores mobiliários, indica a renegociação com o próprio banco ou em outras instituições.

Desde o final de outubro, a Taxa Selic – o parâmetro oficial dos juros no Brasil – opera no menor índice de sua história, 5% ao ano. A queda do indicador nos últimos meses também está mexendo com o mercado financeiro e tornando mais atrativa uma modalidade ainda pouco conhecida, mas que pode se tornar vantajosa para quem tem financiamento imobiliário: a portabilidade.

Na prática, a portabilidade de financiamento de imóveis funciona como uma transferência da dívida para outro banco ou uma nova linha. A vantagem é que os juros praticados hoje pelas instituições são menores que os de três a cinco anos atrás. “Se a pessoa está pagando uma taxa de 10% ao ano e ela cair pra 8%, pode parecer pouco. Não é! Se a pessoa tem uma dívida para mais de 30 anos, ela vai conseguir reduzir a sua parcela em R$ 300, 400, 500 ou 600 por mês. Agora calcule R$ 600 por mês ao longo de 30 anos: quanto vai dar?”, comenta o professor Claudemir de Souza, analista de valores mobiliários e profissional de investimento. De abril até hoje, a taxa média cobrada pelos bancos em financiamentos imobiliários baixou de 8,92% ao ano para 7,56% ao ano, segundo o comparador de financiamentos.

Para avaliar se a portabilidade vale a pena, o cliente deve pedir um extrato detalhado do financiamento. O novo empréstimo precisa ter o mesmo valor do saldo devedor e o número de parcelas a pagar. A vantagem é que não há nova cobrança de IOF (Imposto Sobre Operações Financeiras), mas o consumidor precisa se atentar a dois pontos: considerar a taxa do custo efetivo total do novo empréstimo e bancar despesas como o novo registro e avaliação do imóvel pelo banco.

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Dados do Banco Central indicam que os pedidos de portabilidade cresceram três vezes neste ano e o saldo portado de julho a setembro quadruplicou: passou de R$ 61 milhões para R$ 260 milhões. “É muito importante renegociar até dívidas que estão em dia e conseguir trazer a taxa de juros a patamares mais aceitáveis pra realidade de hoje, com a Selic bem baixa. Mas pra renegociar precisa planejamento financeiro”, alerta Claudemir.

Ainda é novidade
A portabilidade de financiamentos imobiliários foi regulamentada em 2013 e segundo apuração do JdeB ainda é restrita nas instituições financeiras. As cooperativas de crédito da região não oferecem a modalidade, mas algumas estão buscando se adequar e mesmo no Itaú esse tipo de operação ainda está sendo testada. Uma das dificuldades para a portabilidade está na burocracia do processo: o banco antigo somente desaliena o imóvel após o pagamento do saldo e o novo banco só pode liberar o dinheiro para quitação após o registro da alienação à instituição no registro.

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