Senado aprovou socorro de R$ 4 bilhões, que agora segue para sanção presidencial.

O presidente da CNT (Confederação Nacional dos Transportes), Vander Costa, deu entrevista ao Jornal de Beltrão durante sua passagem por Francisco Beltrão, na quinta-feira, 19, durante a inauguração da unidade do Sest Senat. Ele falou sobre a retomada do setor de transportes, que também enfrenta dificuldades durante a pandemia do novo coronavírus.
Segundo ele, o setor de transporte de cargas voltou aos níveis anteriores à pandemia, com alguns segmentos tendo até crescimento positivo. “A carga, tanto no setor rodoviário, quanto ferroviário e aquaviário, já voltou à normalidade. Hoje em dia até fala-se em falta de motoristas, mas eu entendo que não falta motorista, o que falta é motorista qualificado.”
Por outro lado, ele disse que a situação do setor de transporte de passageiros é mais grave. As pessoas estão com receio de voltar ao transporte coletivo, mesmo o setor tendo se preparado para receber os usuários. “Hoje, em um avião, o risco de se contaminar é menor do que em uma praça pública, porque o ar condicionado é renovado com tecnologia para matar o vírus. Em uma aeronave, a cada três minutos o ar é purificado e volta sem nenhum vírus. Além de seguir todo o protocolo de usar máscara e manter distanciamento. No transporte coletivo hoje, o risco de contaminar, eu diria, é menor do que no transporte individual, devido a todas as precauções que são tomadas.”
Setor não parou
O coronel Sérgio Malucelli, presidente da Fetranspar, disse que 2020 começou muito positivo, com várias empresas renovando frota de caminhões. “Em fevereiro chegamos a 32% de renovação de frota e as empresas investindo. Dali um pouco veio a pandemia, recessão, crise, o governo teve que disponibilizar apoio aos mais necessitados. Mas o setor de transportes não parou e agora estamos observando que ele está reaquecendo. E voltamos a ter um índice aceitável de renovação de frota.”
Segundo ele, alguns setores, como o de carga fracionada, aquele em que o caminhão entrega e coleta encomendas dentro dos shoppings e em lojas de comércio, teve mais dificuldades no início da pandemia. “Ficamos com muitas empresas de transportes com seus armazéns cheios, porque não podiam entregar.” Já o setor ligado ao agronegócio, que é o principal setor econômico do Paraná, se manteve em alta, pois a produção não parou. “São empresas que estão renovando sua frota e hoje estão esperando até seis meses para receber caminhões novos.” Coronel Malucelli disse que está otimista com relação a 2021.
Ajuda de R$ 4 bilhões para transporte de passageiros
O Senado Federal aprovou, na quarta-feira, 18, o projeto de lei 3.364/2020, que cria um socorro financeiro às empresas de transporte coletivo de passageiros no valor de R$ 4 bilhões. O texto segue, agora, para sanção presidencial, o que tem prazo constitucional de 15 dias para ocorrer.
A CNT (Confederação Nacional do Transporte) atuou junto ao Congresso Nacional em favor da medida, considerada fundamental para a continuidade da prestação do serviço aos passageiros. Na Câmara dos Deputados, a entidade trabalhou pela aprovação de um texto que melhor atendesse ao setor.
