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Francisco Beltrão
quinta-feira, 29 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

Advogados juntos contra a violência de gênero

No feminicídio mais brutal do ano, Rosemilda Ferreira Alves foi assassinada com 75 facadas.

A mobilização envolveu os advogados que integram a Subseção da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) em Pato Branco. O presidente da OAB, advogado Janio Figueiredo, destacou que a mobilização acontece por iniciativa da OAB federal, através da campanha do Laço Branco, que tem o objetivo de sensibilizar homens para lutar pelo fim da violência de gênero. Em Pato Branco a campanha foi feita através de entrevistas sobre o tema, convidando a população, especialmente os homens, a se engajar na causa.

Segundo Janio Figueiredo, é preciso enfrentar a violência contra a mulher, que é um dever de todos. Segundo o Atlas da Violência, 4.936 mulheres foram assassinadas no Brasil em 2017, o maior número em 10 anos. Criada há 20 anos, no Canadá, a campanha Laço Branco tem como objetivo fomentar o compromisso entre aqueles que aceitam em não cometer ou tolerar a violência contra mulheres e meninas. A iniciativa surgiu após o assassinato de 14 mulheres.

Desde 2007, a Lei 11.489 instituiu 6 dezembro como o Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência Contra as Mulheres. A ação de ontem faz parte da programação de 21 dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres, liderado pela Organização das Nações Unidas, que vai até 10 de dezembro. A OAB Paraná também faz parte, desde 2015, do Movimento Eles por Elas (HeFoShe), também criado pela ONU.

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Números
A Pesquisa Violência Contra as Mulheres, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e Datafolha, indicou que, no último ano, 536 mulheres foram vítimas de agressão física a cada hora. Das mulheres agredidas, 76% conheciam o agressor. Segundo a OAB, a pesquisa mostrou que em 100% dos casos de feminicídio houve relato de violência prévia e em 70% dos casos ocorreram ameaças de morte antes de o crime ser consumado.

Em Pato Branco
A elevação do número de crimes de violência contra a mulher em Pato Branco, e na microrregião, assustou a comunidade em 2019. No primeiro semestre foram cinco feminicídios na comarca, contra uma média histórica recente de apenas um crime desta natureza ao ano.

Segundo a delegada Franciela Alberton, da Delegacia da Mulher de Pato Branco, mesmo o endurecimento da legislação não tem inibido a prática destes crimes, e em regra de maneira brutal. No feminicídio mais brutal do ano, Rosemilda Ferreira Alves, 41 anos, foi assassinada na casa de parentes onde se abrigava em Pato Branco, depois de ter deixado o lar em Chopinzinho, com os filhos menores, num processo de separação que já vinha de 30 dias. O laudo do IML indicou que a vítima foi assassinada com 75 facadas. O autor, seu ex-companheiro, está preso e aguarda julgamento em Pato Branco.

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