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Diretora do Departamento Beltronense de Trânsito (Debetran), Marilda Galvan Ribeiro foi a entrevistada do programa Encontro Marcado, da Ação TV, no sábado, 25. Ela respondeu aos questionamentos dos comunicadores Adolfo Pegoraro, Rafael Júnior e Ademir Macagnan sobre o trânsito de forma geral em Francisco Beltrão. Segundo ela, de janeiro até agora, foram 19 óbitos no trânsito beltronense, sendo que 12 deles aconteceram nas rodovias e sete na área urbana do município. O número chama atenção porque em todo o ano de 2020, em que teve início a pandemia de Covid-19, o número total de óbitos no trânsito foi de apenas sete. “Esse número de 2020 foi o menor número de todos os anos. Vinha se mantendo em 17, 20, 25 e de repente, sete óbitos. Mas chegou o ano de 2021 e subiu novamente”, revela Marilda.
Marilda está à frente do Debetran desde 2017 e, segundo ela, os desafios na autarquia aumentam a cada dia, muito em função do número de veículos, que cresce constantemente. De acordo com levantamento do Detran, hoje o município conta com 68.276 veículos, ou seja, 15,39% da frota dos 42 municípios do Sudoeste, que soma um total de 443.635 veículos. Para tentar evitar novos acidentes e consequentemente o aumento do número de óbitos no trânsito, Marilda afirma que a equipe do Debetran está sempre trabalhando para encontrar as alternativas mais corretas para determinadas áreas do município. “O número de acidentes define em quais cruzamentos devemos ou não instalar novos semáforos. Nós trabalhamos sempre em cima de números.”
Educação no trânsito
O Debetran possui um espaço para a orientação de crianças sobre a educação e situações que podem acontecer no trânsito. A partir deste tipo de ação, Marilda afirma acreditar que, no futuro, alguma mudança pode e deve acontecer, desde que o trabalho de educação no trânsito seja realizado de forma permanente.
Marilda bate na tecla da educação no trânsito. Ela diz que é importante fazer esse trabalho junto às crianças e adolescentes para que, cada vez mais, sejam motoristas conscientes.
“A educação é nosso carro chefe e isso é algo que não aparece agora, mas sim no futuro, porque as crianças cobram muito dos seus pais para que coloquem o cinto, para que não utilizem o celular enquanto dirigem. Nas crianças esse é um comportamento que ainda podemos mudar e esse tipo de educação começa sempre dentro de casa. É bem mais fácil educar as crianças com relação ao trânsito.”
Álcool e drogas
Apesar de todas as campanhas, do Maio Amarelo e de tudo o que é demonstrado sobre os perigos da ingestão de álcool antes de dirigir durante a Semana Nacional de Trânsito no mês de setembro, o número de ocorrências em que o álcool está presente ainda é muito elevado.
Número enorme
“Isso é assustador. Pelos dados levantados no estudo que fazemos sobre os óbitos, em 2019 mais de 58% das vítimas fatais estavam alcoolizadas no momento do óbito.”
A partir dessa informação, ela diz imaginar que o número de pessoas dirigindo sob efeito de álcool ou drogas todos os dias pode ser ainda maior do que se imagina.
“Além disso, suspeitamos que ainda seja muito grande também o número de pessoas dirigindo sem a Carteira Nacional de Habilitação (CNH), com ela vencida ou mesmo cassada. Tem gente que só muda de comportamento quando dói no bolso.”
Mais de 150 câmeras monitoram o movimentado trânsito beltronense
Atualmente o monitoramento do trânsito em Francisco Beltrão é feito com mais de 150 câmeras, o que cobre todos os principais trechos com maior trafegabilidade na cidade. Marilda informa que há não muito tempo havia poucas câmeras, o que tornava o trabalho de fiscalização bem mais complicado. “Acredito que tínhamos duas ou três câmeras na área central e hoje temos uma central dentro do Departamento, que timidamente começou a crescer. Temos pedidos de imagens praticamente todos os dias. É importante dizer que, para solicitar as imagens, a população precisa preencher um protocolo e nos encaminhar.”
Segundo Marilda, as imagens apresentam muita qualidade e as câmeras são capazes de fazer a identificação das placas dos veículos que eventualmente se envolverem em algum tipo de sinistro ou mesmo se estiverem sendo procurados.
“Isso é muito importante porque eleva a qualidade na área da segurança pública. Nossa central é compartilhada com as polícias Civil e Militar e, sempre que somos acionados, fornecemos as imagens para que possam ser analisadas. Nossa região é rota de tráfico de drogas e estamos trabalhando cada vez mais pela segurança da nossa população.”
Marilda pede calma e empatia com visitantes
Beltrão é um centro de compras e polo nas áreas de educação e saúde. A consequência natural é que muitas pessoas vêm de outros municípios, todos os dias, para buscar esses serviços. Por isso também, Marilda orienta os condutores beltronenses para que tenham empatia com aqueles que chegam de fora, porque muitas vezes, na tentativa de chegarem ao endereço desejado, dão certa morosidade em algumas das ruas mais movimentadas da cidade.
“Todos os dias a quantidade de pessoas que vem a Beltrão aumenta, o que faz com que a quantidade de veículos aumente ainda mais. Ou seja, o número de 68 mil veículos que temos fica ainda maior. Temos que trabalhar para melhorar a qualidade de vida das pessoas. Tudo é muito dinâmico e precisamos ter segurança em primeiro lugar.” Como Francisco Beltrão já passa dos 93 mil habitantes e conta com quase 70 mil veículos, é cada vez mais importante que os condutores tenham calma e paciência para que possam chegar aos seus destinos. Hoje, não é mais possível atravessar a cidade em cinco ou em dez minutos, como se fazia há algum tempo. Outra constatação: Não é mais possível, a não ser que se tenha sorte, estacionar exatamente em frente ao local em que se trabalha ou em que se deseja ir. É uma das consequências do desenvolvimento e do progresso de um município pujante.