“Ele afirma que estava em velocidade condizente para a pista e ia encontrar um amigo próximo a Ampere.”
O delegado de Polícia Civil da Comarca de Realeza, Ricardo Moraes Faria dos Santos, abriu inquérito para investigar a morte do casal Pedro Braz Guimarães, 63, e Ilanda Guimarães, 62, que morreu na tarde de domingo, 5, depois de ser atropelado às margens da rodovia PR 880. Eles estavam caminhando numa pista conhecida como caminhódromo, quando foram atingidos por um automóvel GM Celta, que saiu da via e capotou.
Ricardo já tomou o depoimento do condutor do carro, Matheus Felipe Dall Agnol Thomé, 19 anos, que teve apenas ferimentos leves no acidente. Segundo a versão repassada para a polícia, o motorista seguia de Realeza para Santa Izabel do Oeste, quando um veículo que estava na sua frente – uma VW Saveiro – freou bruscamente, possivelmente para entrar em um acesso lateral, e, para não bater, o condutor do Celta desviou, mas perdeu o controle, vindo a capotar e atingir os pedestres. A mulher morreu na hora e o marido chegou a ser socorrido, mas faleceu a caminho do hospital.
O delegado disse que os pedestres provavelmente foram atingidos pelas costas e não tiveram tempo para reagir. O teste de bafômetro realizado pela Polícia Rodoviária Estadual (PRE) em Matheus Felipe deu negativo para consumo de bebida alcoólica. “Ele afirma que estava em velocidade condizente para a pista e ia encontrar um amigo próximo a Ampere.” No carro também se encontrava o passageiro Marcos Barbosa de Chaves, 20 anos, que teve ferimentos leves. A Polícia Civil vai apurar agora se o caso foi de acidente de trânsito ou se o motorista teve alguma culpa para que o fato ocorresse.
Ele poderá responder por homicídio culposo (em que não há intenção de matar) e, na hipótese de ser condenado, a pena prevista é de 2 a 4 anos. Isso tudo se o Ministério Público apresentar denúncia e o judiciário aceitar a ação penal. A pena pode ser elevada de 1/6 à metade pelo fato de ter atingido os dois pedestres em calçada ou, neste caso, pista de caminhada.
O condutor da Saveiro fugiu e até ontem à tarde não tinha sido localizado para prestar depoimento. O delegado disse ainda que, como o casal era muito conhecido e querido em Realeza, algumas pessoas se exaltaram e começaram xingar o motorista no local do acidente, mas não houve tentativa de linchamento.
