Um deles acabou morrendo devido à picada.
Uma cobra venenosa de quase dois metros de comprimento matou um cachorro e feriu outro na noite de segunda-feira, 17, numa propriedade da Linha Toscan, em Salto de Lontra. Foi na propriedade de um casal. O repórter Wesley Hoinatz, da Rádio Independência FM, entrevistou a mulher sobre este fato durante a semana.
A mulher relatou como a cobra foi encontrada. “Foi segunda à noite, umas 22h, a gente estava assistindo televisão e, de repente, meu esposo já estava cochilando no sofá. Eu fui para o quarto e senti um cheiro muito forte assim, como se fosse de folhas de purungo esmagadas, eu estranhei aquele cheiro forte e abri a janela do quarto, quando eu abri os cachorros começaram a latir muito como se fosse [algo que estivesse] no chão, e eu na hora lembrei que poderia ser um ouriço— porque de vez em quando eles atacam. Como eu tenho medo de atacarem eles, eu fui e peguei a lanterna. Pra minha surpresa, quando cheguei lá, era aquele bicho muito enorme, ela estava toda enrolada e ela tinha mais ou menos um meio metro de pescoço que ela jogava pros lados, atacando os dois cachorros— um era o Neguinho e o outro era o Dudu. Eu comecei a gritar muito com dó dos bichinhos, até que meu esposo veio correndo ver o que estava acontecendo, e daí não tinha o que fazer, a gente não deve matar os bichos, mas numa situação daquelas, não tinha o que fazer, pra eu tentar socorrer os cachorros. Ela me atacava também. E daí, ele catou uma foice lá e acabou acertando ela e tivemos que matar.”
Quase dois metros
A mulher disse que era uma cobra urutu cruzeiro, com uma espécie de cruz na testa. Wesley insistiu na pergunta sobre o tamanho do animal. “Muito grande. A gente ficou muito assustado, porque é 30 e poucos anos que a gente mora ali, na Linha Toscan, e igual aquilo ali eu nunca tinha visto ainda!” A moradora contou que a cobra media quase dois metros. “Tinha 1,80 m; a grossura a gente não mediu, mas ela parecia um cano de PVC.”
Um dos cães, devido à picada da cobra, acabou falecendo horas depois. “Era meia-noite e eu vim pra cidade atrás de remédio, mas eu não achei nada aberto. Eu fiz um antitóxico nele, nos dois, aí eu consegui achar o pequeno – porque ele foi pro mato -, daí eu só consegui achar depois que eu voltei, e infelizmente eu não pude fazer nada. Comprei um Específico [Pessoa] e acabei dando no maior, ficou com a cara muito inchada, mas hoje [terça-feira] ele já amanheceu comendo e está melhor. Então, esse vai conseguir escapar, mas o outro, infelizmente, quando era 2h40 da manhã veio a óbito.”
O casal levou um susto ao ver esta cobra urutu cruzeiro. “Muito grande! A gente aconselha as pessoas, porque às vezes pensa que só na sujeira é que eles vão, nos entulhos, mas não, a gente tinha rastelado toda a grama, a gente mora perto, tem açude, tem sanga que passa pro outro lado. Então, os bichos vêm se refrescar, porque eles querem ficar no fresquinho, e ela estava bem no limpo, enrolada, se a gente saísse no escuro de dentro de casa estava sujeito a pisar em cima dela. Tem que ter muito cuidado, portas abertas, principalmente ao anoitecer, tem fechar bem porque o bicho entra, como uma vizinha minha contou, teve uma [cobra] que entrou embaixo da cama. Então, é muito perigoso, temos que ter muito cuidado.”

O veneno da urutu é um dos mais tóxicos
Bothrops alternatus, conhecido popularmente como urutu, urutu cruzeiro, cruzeiro e cruzeira é classificada na série solenóglifa, quanto ao tipo de dentição, por ter as presas inoculadoras de veneno varadas por canais para a condução do veneno produzido em glândulas. Seu veneno é o mais tóxico dentre as jararacas, com a exceção da jararaca-ilhoa, três vezes mais peçonhenta. “Urutu-cruzeiro”, “cruzeiro” e “cruzeira” são referências à mancha cruciforme presente na cabeça das cobras da espécie. O alimento preferido da urutu são preás e outros pequenos roedores. Frequentemente encontrada em banhados e brejos, a urutu, que é ovovípara, produz, em cada parto, de 10 a 15 filhotes, que já nascem bem desenvolvidos. A incubação dos ovos processa-se no interior do organismo materno. Ágil nos botes e muito peçonhenta, a urutu chama a atenção pelo padrão que lhe adorna a pele: manchas em forma de ferradura dispõem-se em sequência sob o fundo castanho-escuro do dorso, enquanto a parte inferior de seu corpo é esbranquiçada ou creme.
Fonte: Wikhipedia