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Francisco Beltrão
sexta-feira, 30 de maio de 2025

Edição 8.215

30/05/2025

Delegado de Polícia de Palmas ouve dois irmãos envolvidos em lesão a jovem Andressa

Policiais

Foto: Repórter Alencar.

O repórter Alencar, de Palmas, postou vídeo com reportagem feita com o delegado de Polícia de Palmas que ouviu, ontem, o condutor e um irmão – menor de idade – também envolvidos no caso da estudante de Direito Andressa Lustosa, assediada domingo, 26. Os irmãos foram ouvidos e liberados, já que o Código de Processo Penal não permite quando os suspeitos são ouvidos espontaneamente.


Confira trechos da entrevista.

“Na verdade nós já tínhamos identificado os quatro indivíduos do veículo. Nós não tínhamos encontrado dois deles, no caso, o condutor e nem o irmão dele, o menor, que estava no banco de trás. Na manhã de hoje, se apresentaram na delegacia, não se apresentaram com advogado, prestaram os seus esclarecimentos. O condutor foi interrogado. Primeiramente, gostaria de esclarecer o motivo pelo qual ele não foi preso: a lei não me permite fazer a prisão em flagrante quando a pessoa se apresenta espontaneamente na delegacia. Não é uma questão minha, como delegado ou policial civil. Mas, sim, uma questão legal.

O Código de Processo Penal não nos autoriza a fazer uma prisão em flagrante, ainda que esta pessoa esteja em flagrante, mas ela faça sua apresentação espontânea na delegacia. Dito isto, então, primeiro, nós ouvimos o menor, que é irmão dele, e ele disse que realmente a ideia partiu do carona. Confirmou que os indivíduos que estavam no veículo haviam ingerido bebida alcoólica. Disse que o irmão não havia ingerido tanto quanto os outros. Mas que a ideia partiu do carona e que o irmão dele, em tese, não queria prticipar desta situação. Só que, claro, as imagens são nítidas, a gente não tem dúvidas sobre isso ali, da participação do condutor, do irmão do menor, foi no intuito de colaborar, de ser coautor desse crime de importunação corporal e lesão corporal. A gente vê, no vídeo, que o veículo vai pro lado da vítima, diminui um pouco a velocidade, pra que o carona possa passar a mão na Andressa. Isso foi o que o menor comentou.”

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O delegado falou, também, sobre o interrogatório sobre o condutor do veículo “e esse disse que não tinha a intenção de colaborar com essa ideia do carona, embora soubesse, o carona teria dito pra ele que iria passar a mão na menina. Mas é uma outra coisa contraditória: ele sabendo que o carona, que é amigo dele, iria passar a mão na menina, ainda assim ele puxou o carro em direção a ela. A gente nota, ali, pela via, que ela é larga. Por mais que ele quisesse só deixar, essa foi a alegação dele, que ele teria ido pra direita, pra que o veículo que viesse atrás pudesse ultrapassar ele. Só que a via é larga, a câmera não deixa dúvidas, através das imagens, que ele poderia ter, realmente, puxado pra direita, mas ele não precisava se aproximar tanto da vítima Andressa.

Então, nós não temos dúvidas de que ele acabou mentindo. Ele é coautor, sim, do crime. E nós seguimos as investigações pra verificar justamente a ocorrência de outros crimes, como omissão de socorro, tendo em vista que os indivíduos fugiram. Teve uma certa contradição, o próprio irmão [menor] disse o condutor saiu em alta velocidade pra fugir do local, porque tava assustado, enquanto o condutor disse que não saiu em alta velocidade, simplesmente saiu. O menor disse que o carona, após o acontecido, teria dado risada sobre a situação, demonstrando inconsequência, total falta de consideração com o que havia acontecido. Já o condutor disse que não verificou isso. Então, tem essas contradições nos depoimentos. E pra nós não resta dúvida da ocorrência, pelo menos, destes dois crimes: importunação sexual e lesão corporal. Óbvio que agora seguem as investigações.

A gente precisa ouvir as testemunhas, são as testemunhas que prestaram socorro a Andressa, embora a gente já tenha a classificação delas e pretendemos até sexta-feira ter as oitivas delas nas mãos”. Após serem ouvidos, os dois foram liberados. Eles foram comunicados de que precisam estar à disposição da Polícia Civil se for necessária novas informações. Eram quatro pessoas que estavam no carro. O carro pertence ao pai dos dois irmãos. O pai já foi ouvido pela Polícia Civil e disse que o carro foi pego sem o consentimento dele.

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