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terça-feira, 27 de maio de 2025

Edição 8.212

27/05/2025

Equipe desenvolve plataforma para combater violência contra a mulher

Aplicativo deve ser apresentado em fevereiro às autoridades.

Professores e alunos desenvolvem plataforma de combate à violência contra mulher.

Por Letycia Bond, Agência Brasil
Uma equipe de 28 voluntários, entre professores e alunos vinculados ao Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (Cesar) e à Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), prepara para fevereiro o lançamento de uma plataforma de combate à violência contra mulher, que tem como base um sistema de geolocalização e a captação de sons.

Batizada de Hear (sigla para Helping everyone to actively react – Auxiliando a todos a reagir ativamente, em tradução livre), a ferramenta possibilitará que uma ocorrência seja comunicada a pessoas que estejam próximas do local de onde a violência está sendo praticada e possam socorrer a vítima e contatar a polícia. O serviço será disponibilizado de forma gratuita.

A plataforma funcionará por meio de um aplicativo instalado no celular que capta sons do ambiente em que a vítima está presente, para identificar palavras ou ruídos que possam ter sido produzidos em um contexto de violência. O download será possível após a efetuação de um cadastro na plataforma web. As notificações sobre os casos de agressão serão emitidas por Whatsapp a pessoas também cadastradas, que estiverem nas redondezas.

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Segundo a professora Ana Paula Furtado, como se trata de um problema complexo, sob o ponto de vista computacional, o grupo que concebeu o projeto está realizando diversos testes, a fim de eliminar a possibilidade de existirem falsos negativos. Diante desse problema, os criadores cogitam adicionar um botão que desabilite o aplicativo em algumas situações. Como exemplo, a professora cita o caso de a mulher desligá-lo quando vai assistir a um filme, já que o sistema poderia interpretar os barulhos gerados pelos personagens como uma ameaça e acionar a rede de apoio às vítimas.

Ela explica que o conjunto de palavras ditas pelos agressores e pelas vítimas varia conforme a região e que, para chegar as referências, consultou sete delegacias de Polícia. “A gente faz análise de cenas acústicas. Dentro de alguns parâmetros do som, consegue avaliar, fazer estudos e indicar, com alto grau de precisão”, explicou.

A docente conta que a proposta foi apresentada por um aluno, cuja mãe foi vítima de agressões cometidas pelo ex-companheiro. “Em setembro de 2018, um aluno teve a ideia. A mãe dele sofria violência na infância dele inteira. A gente ia desenvolver uma pesquisa em outra área e ele teve a ideia. Ele dizia ‘eu precisei crescer para ser o guia da minha mãe, porque via a hora de ela morrer’, disse Ana Paula, que leciona na escola de inovação Cesar School, e na UFRPE, na área de engenharia de software.

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