Marina, a filha, pode perder uma mão devido à violência dos golpes e está internada em estado grave em Pato Branco.
Rosicléia Cardoso, de 36 anos, e a filha Marina Vandressa Ribeiro da Silva, de 22, foram atacadas a golpes de facão em sua residência, no bairro Líder, em Coronel Vivida, na terça-feira, 14.
Segundo informações preliminares da Polícia Militar, o autor do crime é um ex-namorado de Rosicléia, que teria agredido mãe e filha porque Marina não aceitava a relação dos dois.
Apresentando ferimentos sem gravidade, Rosicléia foi atendida na UPA de Coronel Vivida e foi liberada. Ferida com gravidade na cabeça, ombro e costas e apresentando perda de massa encefálica, a jovem Marina foi encaminhada pelo Samu ao Hospital São Lucas, de Pato Branco, onde continuava internada em estado grave.
Ontem, o homem teria se apresentado à Delegacia de Polícia de Coronel Vivida. O JdeB tentou contato com a Polícia Civil, no fim da tarde, mas ninguém atendeu ao telefone.
Pela manhã, o repórter Adelino Guimarães, da Rádio Voz do Sudoeste, entrevistou dona Rosicléia na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Coronel Vivida.
Voz do Sudoeste – Como foi que aconteceu este fato?
Rosicleia – Falava que não era problema dela e estava lá, a minha netinha, aí ele chegou na porta, deu uma olhada pra todo mundo e não falou nada, só deu uma olhada na minha filha e saiu, pegou o carro e dentro de três minutos ele voltou, com as mãos para trás, nunca eu ia imaginar que ele teria um facão daquele tamanho. Ele chegou na porta e olhou pra a minha filha de novo e disse que queria ver o Joãozinho, quando eu percebi, ele já estava lá no meio da sala, passou por mim e foi em direção à minha filha que estava lá na cozinha, chegou e foi descendo o facão, parecia que ele estava cortando lenha, cavaco, sei lá o quê, foi onde eu larguei o Rafael e pulei nele e ele não falava nada, entrei em luta corporal com ele, foi onde ele me fez dois cortes, não sei de onde eu tirei força, senão ele teria me matado, do jeito que ele estava teria me matado. Ele sempre tratava ela como o pior ser do mundo, porque ele não aceitava ela, nunca aceitou ela junto comigo, e daí ele chegou e, se tivesse a outra (filha), seria pior, mas graças a deus ela já tinha ido pra casa, porque a intenção dele era fazer o pior.
Voz do Sudoeste – Já tinha ameaçado a Marina. Por que a Marina não gostava muito dele?
Rosicléia – Eu tinha uma (medida) protetiva contra ele, ele nunca aceitou o fim do relacionamento porque ele não queria mais, tanto que ele já tinha uma outra família e não ficava nem lá e nem aqui, sempre falando bobeira, chamando nome para todo mundo, e eu não podia fazer nada.
Voz do Sudoeste – E a Marina não gostava desse tratamento que ele lhe dava?
Rosicléia – Tanto que eu fiquei sozinha, ela saiu de junto comigo e foi pagar aluguel, com a filha dela, para não ter desavença com ele, sempre ficava ameaçando ela, que ia se vingar, que mais me incluía, é o que mais dói numa mãe.
Voz do Sudoeste – Ele sempre discutiu muito com a Marina?
Rosicléia – Não, eles discutiram uma vez só.
Voz do Sudoeste – Por que esta raiva dele então contra ela?
Rosicléia – Eu não entendo.
Voz do Sudoeste – Ele ainda não assumiu oficialmente as crianças, se faz entender que a Marina ficava brava com essa atitude dele, revoltada e fosse por isso que eles discutiam frequentemente.
Rosicléia – Não, eles só discutiram uma vez, já com a outra minha filha eles já discutiram várias vezes, mas com a Marina foi uma vez só, e ele ficou com raiva de mim por causa que eu ia pra baile, sarau, essas coisas, com a Marina e o marido dela, e ele pegou raiva, porque eles tavam me levando pra este tipo de festa.
Voz do Sudoeste – Será que ele achou que quem estava fazendo a sua cabeça para não querê-lo mais seria a Marina?
Rosicléia – Isso, e o marido da Marina também, ele ficou contra nós três, eu, a Marina e o marido da Marina .
Voz do Sudoeste – Você acredita que, porque eu acredito o seguinte: nas reportagens, a agredida era a Marina, ele te agrediu porque você, vendo a Marina ser agredida, qualquer mãe faria isso em defesa, e daí sobrou pra você, porque o alvo era a Marina?
Rosicléia – Tanto que eu estava agarrada nele, e os cortes que ela levou na cabeça não foi mais profundo porque, pelo fato de eu puxar ele, a força foi menor, mas com a faconada mais forte que ele deu ela perdeu a mão.
Voz do Sudoeste – Perdeu a mão?
Rosicleia – Perdeu a mão, eu não sei a qual que é, eu não vi ela, mas os médicos lá em Pato Branco já tinham orientado que ela ia perde a mão e talvez o braço, que não está descartada a possibilidade…
Voz do Sudoeste – Se você não chega, ele tinha matado ela…
Rosicléia – Tinha matado sim.