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Francisco Beltrão
quarta-feira, 28 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

Familiares de presos fazem protesto em frente ao Fórum de Francisco Beltrão

Caren Santiago, esposa de preso, disse que o protesto não é específico contra a PEFB, mas de todo o sistema prisional do Paraná.

 Familiares de presos empunham cartazes em frente ao Fórum de Beltrão.

Foto: Niomar Pereira/ JdeB

Familiares de presos da Penitenciária Estadual de Francisco Beltrão (PEFB) e das carceragens das comarcas da região protestaram na tarde de ontem em frente ao Fórum da Comarca. Thais Oliveira, uma das organizadoras do movimento, tinha um vídeo em seu tablet mostrando agressões de agentes a presos em presídios, supostamente do Paraná.

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O foco principal do protesto era contra os métodos “agressivos” adotados pelo grupo da Seção de Operações Especiais (SOE), do Departamento de Execução Penal (Depen) do Paraná. “Eles (agentes da SOE) estão entrando armados, disparando balas de borracha só pra acordar os presos, lançando bombas de efeito moral, jatos de água e choques”, relatou.

Mas em Francisco Beltrão ainda não foi implantado este serviço, conforme informação do coordenador regional do Depen, Marcos Andrade. A manifestação tinha cerca de 15 pessoas que empunhavam cartazes contra a SOE. O juiz da Vara de Execuções Penais ouviu um grupo de representantes dos familiares dos presos, mas informou que sua atuação era restrita neste assunto e que eles deveriam procurar os poderes Legislativo e Executivo estadual.

Caren Santiago, esposa de preso, disse que o protesto não é específico contra a PEFB, mas de todo o sistema prisional do Paraná. Ela pede intervenção dos direitos humanos, porque há muita opressão contra os presos e seus familiares. “Quando as mulheres chegam para visitar os presos são chamadas de biscate, marmita de preso, as crianças são chamadas de bandidinhas. Isso não aqui, mas em todo o Paraná e Brasil”, comentou. E acrescentou: “Sabemos que já está acontecendo nos presídios da capital, queremos evitar que esse comportamento se espalhe para as outras unidades do Estado. É a nossa luta contra o sistema opressor”.

Ela disse que alguns constrangimentos estão sendo resolvidos aos poucos. “Tínhamos que ficar nuas antes na frente de uma agente feminina, agora com o aparelho de raio-X, podemos ficar de roupa, contanto que não se usem determinadas cores e objetos de metais. Isso, de fato, melhorou”, reconheceu.

Caren também reclamou do alto custo dos uniformes dos presos que precisam ser comprados pelos familiares, cerca de R$ 400.

 

O que é o SOE?
São agentes penitenciários formados para atuar no SOE e passam por processo seletivo para participar do grupo de elite. Eles receberam treinamento em técnicas de intervenção em ambiente prisional, imobilização, gerenciamento de crise, manutenção e manejo de armamento e tiro, direitos humanos, entre outros.

 

 

Versão da direção da Penitenciária de Beltrão

 O gestor regional do Depen e diretor da Penintenciária Estadual de Francsico Beltrão, Marcos Andrade, disse ao JdeB que essa movimentação já estava sendo monitorada. “Ela visa simplesmente questionar os procedimentos de geral, de ronda, de algumas coisas que estão sendo mudadas em todas as penitenciárias já baseadas nesse pacote do Moro (ministro da Justiça Sérgio Moro) com algumas recomendações dele, inclusive, ele vai estar no Paraná na sexta-feira, eu creio, que já tem também um fundo de ligação nessa situação, nesse movimento levantado.”

Marcos disse que estranhou a reclamação sobre a comida dos presos. “Quem serve a cozinha é o Frizzo, uma alimentação de excelente qualidade, você (repórter) pode comparecer na unidade qualquer dia, que eu te espero lá para você verificar a alimentação, ver o peso, fotografar a alimentação, a questão do calor da alimentação, a gente aguarda o caminhão chegar sem nenhum movimento e você vai ver que não tem nada armado na alimentação.”

Ele também comentou sobre maus-tratos em Beltrão. “Não tenho informações, qualquer situação que se levanta aí, a gente manda abrir procedimento, então é um movimento orquestrado no Estado do Paraná, porque hoje as facções criminosas estão sendo isoladas dentro do sistema, perderam força dentro do Paraná, como dentro do Brasil, é uma resposta silenciosa, mas está tendo uma resposta, então essas pessoas que que fazem parte de facções no Paraná perdem o direito e regalia, a trabalhos, tudo, eles têm o básico e necessário para o bom cumprimento de pena, mas a questão de encaminhamentos está ocorrendo restrições, por isso que eles estão questionando, certamente eles estão usando como massa de manobra os familiares para chamar atenção de coisas que não tem procedência.”

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