Foram presos três policiais rodoviários estaduais nas cidades de Francisco Beltrão e São Jorge do Ivaí.
O Núcleo de Francisco Beltrão do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Paraná, cumpriu ontem quatro mandados de busca e apreensão e três mandados de prisão preventiva, expedidos pela Vara da Auditoria da Justiça Militar Estadual. Foram presos três policiais rodoviários estaduais nas cidades de Francisco Beltrão e São Jorge do Ivaí. A operação contou com o apoio da Corregedoria da Polícia Militar.
A investigação apura a prática dos crimes de concussão (exigência ilegal de valores no exercício da função) e associação criminosa. Os mandados foram cumpridos nas residências dos policiais investigados e no posto da polícia rodoviária estadual em Francisco Beltrão, tendo sido apreendidos documentos, dinheiro e munições. Dos três policiais presos preventivamente, dois também foram presos em flagrante por posse ilegal de munição.
O promotor de Justiça Roberto Tonon Júnior, coordenador do Gaeco, disse em entrevista que ocorreram denúncias de usuários das rodovias “de que estavam sofrendo novamente abordagens e solicitações de vantagens ilícitas em troca de não autuar, em vez de orientar eles estavam autuando se não pagasse a propina”. Durante as buscas foram apreendidos documentos, dinheiro em espécie (R$ 2 mil na casa de um dos alvos e R$ 1.500 no posto da Polícia Rodoviária), além das munições. As investigações continuam e o promotor pediu para a população denunciar se tiver sido vítima deste tipo de abordagem e solicitação ilícita de valores. “Porque somente através desta parceria, entre órgãos de fiscalização e sociedade, é que se consegue tirar do meio social e mesmo desta importante instituição que é a Polícia, as pessoas que não deveriam estar por esses desvios de conduta”, reforçou. Os policiais foram encaminhados para o Batalhão de Guarda da Polícia Militar em Curitiba. A investigação vai ouvir outras testemunhas e aguardar perícia nos celulares apreendidos. (Com informações da assessoria de imprensa).
Advogado contesta prisão de policial
JdeB – O advogado Fernando Biava, que defende um dos policiais rodoviários presos, disse que seu cliente é inocente. Ele encaminhou o seguinte relato para a reportagem do Jornal de Beltrão: “São questões que ligam ele apenas a registros no livro das operações e do serviço da Polícia Rodoviária Estadual. No entanto, nesse período que existem as denúncias, meu cliente que hoje sofre de trombose, estava afastado, de licença. Eu possuo uma série de atestados médicos. Como chefe de equipe eventualmente ele pode aparecer nos registros, mas nesse período que aparece em algum registro de serviço, muitas vezes chefiando a equipe, muito em função de ser cabo e agora sargento e já idoso, com 31 anos de polícia, ele não foi pra rua, então é impossível ele ter solicitado uma vantagem ou exigido vantagem como prevê no crime de concussão ou ainda prevaricado ao deixar de multar alguém e assim ter obtido alguma vantagem. Ele não ia pra rua, apenas chefiava a equipe de dentro do comando e ficava no batalhão. Embora apareça o nome dele com os demais envolvidos, ele não praticou o crime, apenas chefiou a equipe. Se lá na pista de rolamento houve algum contratempo com algum usuário da via, isso não tem ligação direta com ele e vai ser, com certeza, absolvido.” Segundo Fernando, seu escritório está preparando o pedido de suspensão da prisão preventiva. “Sendo meu cliente uma pessoa doente, independente do mérito de ser culpado ou inocente, ele tem o direito de responder em liberdade, se não em prisão domiciliar”, disse.
