Policiais
Vitor Batista, 32, foi preso em flagrante por tentativa de feminicídio, perseguição e cárcere privado, em Duque de Caxias, na Baixa Fluminense. Um vídeo gravado pelos vizinhos do agressor mostra Maria José, 35, que está grávida de três meses, tentando pular do segundo andar do prédio onde morava para se livrar da violência. Segundo a delegada Fernanda Fernandes, a vítima disse que está com Vitor há dois anos, período no qual sempre foi alvo de agressões. No entanto, na última semana, a violência se intensificou. Vitor chegou a agredir, inclusive, o enteado.
“Ela relata no depoimento que, durante as sessões de espancamento, ele dizia para ela não gritar, senão ele bateria no filho dela. Às vezes, ela gritava, e ele batia na criança”, disse Fernanda, que atua na Delegacia de Atendimento à Mulher. A vítima pretendia levar o filho para brincar num parquinho e aproveitar para pedir ajuda. Vitor, porém, não deixou a mulher sair de casa e continuou com as agressões. Para se salvar, ela teve a ideia de jogar um bilhete pela janela. “Mas o autor viu e disse que, se naquele papel tivesse um pedido de socorro, ela iria morrer e já começou a agredi-la”, disse Fernanda.
Já havia pulado pela janela em maio
Sem ver outra alternativa, Maria José decidiu pular pela janela, momento no qual seus vizinhos fizeram o registro. As agressões eram tão frequentes que eles tinham até mesmo um grupo de Whatsapp, onde se mobilizavam para socorrê-la. Em maio, a mulher já havia pulado pela janela do segundo andar para fugir das agressões. Na queda, ela acabou quebrando o pé. “Os vizinhos foram fundamentais, porque eles relataram todo esse histórico de agressões que ela vem sofrendo provavelmente culminaria num feminicídio”, disse a delegada, acrescentando que o agressor falava que ia matar a mulher, o enteado e o filho que ela esperava. “Ela já sofria um terror psicológico grande.”
O agressso disse que era “briga de casal”
Quando chegou à delegacia, o agressor alegou que o caso se tratava de uma “briga de casal.” Em entrevista à TV Globo, Maria José disse que perdeu trabalho como diarista por causa das agressões. “Era uma coisa bem possessiva. Inclusive, eu praticamente perdi um emprego. No que ele me agredia, eu ficava marcada e não ia trabalhar. E eu inventava desculpas porque ficava dentro de casa”, disse. Durante a pandemia, mulheres ficaram mais vulneráveis a agressões domésticas.