Por Luiz Carlos Gnoatto, do Jornal da Fronteira
Na Trifronteira (Barracão, Dionísio Cerqueira e Bernardo de Irigoyen), o furto de motos e a posterior passagem das mesmas para a Argentina, sempre foi intenso, inclusive muitas motos furtadas em cidades próximas da fronteira são levadas para a Argentina.
É grande o número de motos furtadas que rodam, com documentação falsa, em localidades argentinas, um pouco mais distantes da fronteira, onde, segundo comentários e informações não-oficiais, são muitos os pontos de receptação, adulteração de documentos e até mesmo de desmanche.
Hoje também é grande o número de motos furtadas em cidades brasileiras mais distantes da fronteira, como Pato Branco e Francisco Beltrão, e também levadas à Argentina.
Aqui nas cidades gêmeas, há denúncias de que não estão mais sendo furtadas apenas as motos que estão estacionadas nas ruas. Os ladrões estão arrombando portões e entrando nas casas para furtar motos.
Prefeitos estão preocupados
Outro problema, que inclusive integrou a pauta que os prefeitos dos municípios do CIF (Consórcio Intermunicipal da Fronteira) trataram na audiência com a secretária Nacional de Segurança Pública, no Ministério da Justiça, Regina Maria Filomena Miki, no dia 15 de março, além do aumento considerável nos casos de furtos e roubos, foi a grande dificuldade para recuperar os objetos furtados e levados à Argentina, principalmente motos e carros, mesmo quando eles são encontrados. As motos, e até mesmo veículos, são localizados lá, os proprietários descobrem onde estão, sabem com quem estão, mas é muito difícil trazer de volta.
Levaram minha moto há 6 anos
Olhei atento a relação de motos furtadas no Brasil que foram recuperadas na Argentina para ver se a minha (uma Yamaha XTZ 125cc) não estava na lista, mas ainda não foi dessa vez. Na verdade já perdi a esperança. São quase seis anos desde que ela foi levada, praticamente da frente do Jornal de Beltrão, e nunca mais tive notícia. Teve um período em que as motos eram mais visadas. Nos últimos tempos diminuiu a quantidade de furtos. Certamente um número muito grande de pessoas enfrenta a mesma situação. Perdem o patrimônio, conquistado com muito esforço, e não recebem qualquer tipo de satisfação. Outro dia, uma colega de redação foi assaltada na rua e perdeu o celular.
A culpa é da legislação e da política de segurança pública do Estado. Depois que tive a moto furtada, todos os anos passei a pagar seguro para o automóvel, mesmo tendo instalado alarme. São despesas adicionais, que oneram o cidadão que já é taxado ao extremo e recebe um serviço público de péssima qualidade. Sei que a polícia na região faz o possível, dentro de suas limitações, para oferecer o melhor para a população, porém, infelizmente, é insuficiente. O número de policiais não é o ideal e quem paga esse preço é o cidadão. Por Niomar Pereira, jornalista do Jornal de Beltrão.