O corpo dela foi encontrado dentro do Rio Cotegipe. Marido disse que ela caiu e se afogou. Polícia acha que a vítima foi empurrada.

Luana, tinha 26 anos.
Foto: Arquivo da família
A Polícia Civil de Salto do Lontra prendeu quinta-feira, 23, Francisco Welton, 37 anos, suspeito pela morte da esposa Luana Fergutz, 26 anos, ocorrida no domingo, 19. A prisão é temporária (30 dias) e a polícia investiga se foi um feminicídio ou um acidente, pois o corpo dela foi encontrado dentro do Rio Cotegipe, na localidade conhecida como Saltão. O laudo do Instituto Médico Legal (IML), indicando a causa da morte, ainda não está pronto.
O delegado de Polícia da Comarca de Salto do Lontra, Sandro Spadotto Barros, reuniu indícios e evidências de que o casal não mantinha um bom relacionamento. A investigação aponta até o momento para um possível feminicídio, quando o crime é cometido contra mulheres em decorrência de violência doméstica e por sua condição de sexo feminino.
“A gente ouviu as testemunhas e algumas disseram que viram ele discutindo horas antes com a vítima. Além disso, a vítima teria confessado para algumas clientes (Luana tinha um salão de beleza) que ele era uma pessoa violenta, que tinham brigado na sexta-feira”, disse o delegado.
A polícia apreendeu os celulares, mas o delegado acredita que o suspeito tenha apagado mensagens do aparelho para não se comprometer. “Estamos coletando provas, mas por enquanto, para mantê-lo preso temporariamente já há indícios suficientes que foi um crime de feminicídio.”
Local úmido e frio
Spadotto também achou muito estranho eles terem ido para o Saltão (cachoeira), “porque quem conhece bem o local sabe que à tarde é muito úmido e frio. Inclusive não tinha ninguém lá. Quem estava lá era a vítima, o marido e a filha de cinco anos de idade”. A criança será encaminhada para atendimento psicológico.
O delegado trabalha com a tese de que o suposto crime foi premeditado, que ele (Francisco) tenha empurrado ela, eliminado a hipótese de um afogamento acidental. “Pedimos perícia no veículo e a reprodução simulada dos fatos pra ver se o suspeito será voluntário para explicar a versão dele.”
Possíveis brigas entre o casal
O casal conviveu junto por aproximadamente nove anos. Familiares disseram à polícia que a mulher há alguns anos vinha sofrendo conflitos de família. “O suspeito alega que nunca tiveram briga, mas então ele está entrando em contradição, porque as testemunhas dizem que ela estava reclamando bastante. A vítima teria falado para uma testemunha que achava que iria acontecer algo de ruim.” A Polícia Civil vai continuar ouvindo pessoas e espera a chegada dos laudos do IML e do Instituto de Criminalística para concluir o inquérito. Até ontem, o suspeito ainda não tinha advogado de defesa constituído.
Feminicídio
Para um homicídio simples, a pena varia entre 6 e 20 anos. Para o feminicídio, de 12 a 30 anos.