Policiais

Farto material foi apreendido pela polícia no Paraná e em Goiás.
Foto: Divulgação Sesp
A Polícia Civil do Paraná prendeu seis médicos urologistas, uma instrumentadora cirúrgica e a secretária de um dos profissionais, na manhã ontem, durante a segunda fase da Operação Autoclave. O grupo é suspeito de utilizar materiais cirúrgicos irregulares. Cateteres e outros equipamentos, que deveriam ser descartados após uso único, eram utilizados em até 15 cirurgias. Um médico de Francisco Beltrão, que não teve o nome divulgado, foi preso.
Durante as buscas em endereços relacionados aos suspeitos, a Polícia Civil apreendeu diversos materiais cirúrgicos descartáveis reaproveitados. Ao todo, foram cumpridos 20 mandados judiciais, sendo 8 de prisão temporária e 12 de busca e apreensão, de forma simultânea, no interior do Paraná e no Estado de Goiás. As cidades alvos da ação no Paraná foram, além de Beltrão, Campo Mourão e Ivaiporã. Em Goiás, o cumprimento das ordens judiciais ocorreu em Goiânia e Rio Verde. A Polícia Civil de Francisco Beltrão informou que só participou com apoio à operação e que todas as informações estão concentradas em Curitiba.
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O delegado Macorin ressaltou que a ação é um desdobramento da Operação Autoclave, deflagrada no mês de setembro deste ano, no interior do Paraná. Na ocasião, a Polícia Civil desmantelou um grupo criminoso envolvido com a adulteração, através de esterilização ilícita, de materiais descartáveis já utilizados por médicos em cirurgias urológicas. “A operação resultou na apreensão de um vasto material reprocessado”, complementa.
Em continuidade às investigações, a PCPR constatou que esses equipamentos cirúrgicos eram vendidos a médicos urologistas do Paraná e Goiás, com claro conhecimento de sua procedência irregular. Os materiais reaproveitados eram utilizados em cirurgias de pacientes particulares, resultando num lucro muito maior aos cirurgiões.
De acordo com Macorin, os materiais que possuem um custo de R$ 1,2 mil eram adquiridos pelos médicos por R$ 250 a R$ 300 e reutilizados muitas vezes. Ressalta-se que todos os equipamentos eram completamente descartáveis e nenhum órgão responsável pela área autoriza esterilização e reuso dos mesmos.
“Os materiais chegavam até os médicos por meio de funcionários de empresas que vendem esse tipo de equipamento para médicos e hospitais”, enfatizou Macorin. Os alvos da ação serão indiciados por associação criminosa, falsidade ideológica de documento particular e adulteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais. As oito pessoas presas na ação encontram-se à disposição da Justiça.