No Sudoeste, houve registro em Realeza e Francisco Beltrão.
As mortes em confrontos com policiais (militares e civis) e guardas municipais no Paraná, no primeiro semestre de 2020, chegaram a 184, sendo 183 em confrontos com policiais militares e uma com guarda municipal – não houve mortes em confrontos com policiais civis. O número representa aumento de 13,58% em relação ao mesmo período do ano passado, quando ocorreram 162 mortes. Os dados foram divulgados, ontem, 24 de agosto, pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Paraná, que tem entre suas funções o controle externo da atividade policial.
Estratégia nacional – O controle estatístico das mortes em confrontos policiais pelo Gaeco faz parte da estratégia institucional de atuação do MPPR com o objetivo de contribuir para diminuir a letalidade das abordagens conduzidas pela Polícia. As iniciativas do Ministério Público com esse intuito são constantemente discutidas com representantes da Secretaria de Estado da Segurança Pública, da Polícia Civil e da Polícia Militar.
O Ministério Público do Paraná, a exemplo dos demais MPs do Brasil, aderiu ao programa nacional “O MP no enfrentamento à morte decorrente de intervenção policial”, instituído pelo Conselho Nacional do Ministério Público, por meio da Comissão do Sistema Prisional, Controle Externo da Atividade Policial e Segurança. A iniciativa do CNMP tem como objetivo assegurar a correta apuração das mortes de civis em confrontos com policiais e guardas municipais, garantindo que toda ação do Estado que resulte em morte seja investigada. Na região Sudoeste do Paraná, houve registro de mortes em Realeza e Francisco Beltrão, uma em cada município.
Relembre o caso
Em Francisco Beltrão não houve necessariamente um confronto. O caso foi registrado em 25 de março no trevo da PR 566, Bairro Miniguaçu, saída para Itapejara D’Oeste. Um automóvel Corolla furou a barreira sanitária da Covid 19, na Rodovia PR 180 (Contorno Leste), e passou a fugir da Polícia Militar que estava auxiliando na fiscalização. Ao chegar no trevo da PR 566, novamente o carro tentou furar o bloqueio policial, houve um disparo feito por um policial, que atendia a ocorrência, e a bala atingiu Nilvo Bortolini, que estava em outro veículo e nada tinha a ver com a situação. Ele morreu no local.