Até ontem à tarde os bandidos continuavam escondidos na mata, fugindo de um grande cerco policial.

O momento da saída dos assaltantes com um
refém no capô do carro que é de Eldorado, na Argentina.
O clima ontem ainda era de apreensão em Nova Esperança do Sudoeste. Viaturas com policiais fortemente armados circulavam a todo momento pela Avenida Iguaçu, a principal da cidade. O assunto nas rodas de conversa girava em torno do roubo na agência da Cresol. Terça-feira, três homens encapuzados e armados praticaram assalto na agência e fugiram levando três reféns (um deles agarrado no capô do carro). No decorrer da fuga, os reféns escaparam dos criminosos.
Os assaltantes bateram e abandonaram o carro perto da Linha São Brás, interior de Francisco Beltrão, e fugiram a pé para a mata. Até ontem, por volta das 18 horas, ainda não tinham sido localizados por policiais civis e militares que faziam grande cerco na divisa dos municípios de Beltrão e Nova Esperança.
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A reportagem do Jornal de Beltrão esteve no município ontem e conversou com autoridades, moradores e reféns. Muitas pessoas falaram sobre o assunto, mas pediram para o nome não ser publicado, demonstrando preocupação. “Hoje, eles digitam o nome da gente nas redes sociais e ficam sabendo de tudo”, justificou um morador.
Uma comerciante disse que todas as pessoas que atendeu ontem tocaram no assunto. Surgiram várias especulações e uma delas é de que pessoas estranhas estavam rondando Nova Esperança nos últimos dias. “A cidade está crescendo, vem muitas pessoas de fora e a gente já não conhece todo mundo.”
A empresária recordou que há seis anos um assalto já tinha sido praticado em outra cooperativa de crédito, assustando os moradores. Como sua empresa fica muito próxima da Cresol, a empresária e as funcionárias fecharam as portas de vidros e ficaram olhando toda a ação lá de dentro.
Contudo, ela disse que muitos curiosos não tiveram medo, saíram na rua e ainda filmaram o roubo. “Era um risco, porque poderia ocorrer uma troca de tiros.” A moradora disse que ficou impressionada com a calma dos bandidos na hora da fuga. “A gente não entende, mas se alguém monitorou antes, por que pegaram uma refém na rua para entrar na agência, sendo que não havia segurança armado no local?”, questiona.
Entenda como foi o assalto
Os assaltantes estacionaram o carro, um sedan argentino sem placas, a cerca de dez metros da agência. Era horário de pico, por volta das 13h20. “Todos estavam encapuzados e um deles com o braço enfaixado. Talvez escondendo uma possível tatuagem”, especulou um funcionário da cooperativa.
Um dos assaltantes encostou o rosto na vidraça para ver se havia alguém próximo e de imediato fez um disparo com arma de fogo para cima para quebrar o vidro. Outro pegou uma refém na calçada e entrou no estabelecimento e o terceiro fez mais um disparo para o teto. Duas portas foram quebradas. Um deles estava com uma espingarda calibre 12 e os outros dois com revólver e pistola.
No momento do assalto havia cerca de 15 pessoas no estabelecimento, entre funcionários e clientes. Alguns correram para os fundos da sala para se esconder. Imediatamente deram voz de assalto e começaram a revirar gavetas. Como o cofre leva pelo menos 15 minutos para abrir, eles fugiram levando apenas o dinheiro do caixa. A cooperativa prefere não informar o montante.