Gabrielly, 28 anos, registrou boletim de ocorrência.
Trabalhadora do sexo, Gabrielly, 28 anos, mulher trans, sofreu uma tentativa de homicídio pra amanhecer dia 15, enquanto trabalhava. Há apenas uma semana em Francisco Beltrão, ela foi levada para um “morro”, foi asfixiada por duas vezes, ficou desacordada, foi abandonada sem parte das roupas e teve todos os objetos pessoais roubados.
Ao recuperar os sentidos, Gabrielly, que estava com vários hematomas, buscou ajuda e, na sequência, registrou boletim de ocorrência. Ela tem o amparo da Comissão de Diversidade de Gênero da OAB de Francisco Beltrão e do projeto de extensão Diálogos LGBT, da Unioeste.
“A proposta da Comissão, em parceria com o projeto Diálogos, é intensificar debates sobre as questões de gênero. No caso da Gabrielly, vamos acompanhar o procedimento administrativo policial”, destaca Samantha de Oliveira Koop, representante da Comissão de Diversidade de Gênero da OAB. “É importante mostrar que há violência contra pessoas LGBT, para que as vítimas procurem a comissão da OAB para eventuais procedimentos”, acrescenta.
O projeto Diálogos atua acolhendo demandas sobre preconceito, mau atendimento e, principalmente, na retificação de nome para pessoa trans. “Acreditamos que a discriminação pode se dar pelo desconhecimento, por isso entendemos que o diálogo é a melhor forma de resolver”, afirma Guilherme A. Zanon Filippi, acadêmico de Direito e membro do projeto de extensão Diálogos LGBT.
Guilherme observa que o que aconteceu com Gabrielly “não foi uma simples agressão e sim é um caso de transfobia, uma vez que foi aprovada a criminalização da homofobia e da transfobia, numa equiparação aos crimes de racismo”. Transfobia é a discriminação ou o preconceito contra as pessoas transexuais.
Conversa no Calçadão
A violência contra gênero atinge todo o país, tanto que em 29 de janeiro é marcado como Dia Nacional de Visibilidade Trans. Em Beltrão, haverá uma roda de conversa dia 29, às 17h, no Calçadão, para troca de experiências e também informação sobre o assunto.
Samantha de Oliveira Koop, representante da Comissão de Divisão de Gênero da OAB, e Guilherme A. Zanon Filippi, do projeto de extensão Diálogos LGBT, acompanham o caso de Gabrielly.
Foto: Leandra Francischett/JdeB
