Ao menos oito animais apareceram mortos nas últimas semanas.

Moradores da Rua São Mateus, no Bairro São Cristóvão, em Francisco Beltrão, estão assustados com a morte de cães nas últimas semanas. Foram ao menos oito que amanheceram mortos desde setembro e dois casos em que os animais foram envenenados e conseguiram sobreviver após atendimento veterinário. A suspeita é de que alguém esteja intoxicando os cães propositalmente.
“Temos observado um padrão nestas mortes e pelo menos um dos casos tem laudo de que a morte foi por envenenamento”, conta Celiane Trevizol. Ela perdeu a cachorra Hana, que havia sido adotada há pouco tempo. “A gente pegou ela da rua e por isso ela fugia bastante, mas era bem dócil. Numa dessas escapadas ela não voltou mais e fomos encontrar já sem vida na garagem de um vizinho”. Há também, casos de cães que não tinham acesso à rua e amanheceram mortos dentro do próprio terreno.
Os casos mais recentes foram nos últimos dez dias. Primeiro, uma cachorrinha que saiu para passear no início da manhã voltou para casa com sintomas de envenenamento e foi levada ao veterinário. Conseguiu se salvar. Mas no último domingo, dois cães apareceram mortos pela manhã. “Temos que fazer alguma coisa pra tentar descobrir quem está fazendo isso, é tamanha maldade que nem tem explicação”, lamenta Eduardo Parise, tutor dos dois animais mortos no final de semana.
É crime
O envenenamento de animais se enquadra como crime de maus tratos. A legislação sobre o tema foi reforçada no ano passado: agora são de dois a cinco anos de prisão, além de multa. A orientação da Polícia Civil é de que os tutores que tenham animais com suspeita de envenenamento façam boletim de ocorrência na delegacia, para que o caso seja investigado.
A protetora de animais Gelcimara Vicensi mora próximo de onde estão ocorrendo os casos. Os cães que ela cuida ficam todos dentro do pátio, mesmo assim, teme pela saúde dos animais enquanto não houver providências. “Vários vizinhos me pedem o que podemos fazer. Mas sem descobrir quem está provocando isso não conseguimos fazer nada”, diz.