Policiais

A Penitenciária Estadual de Francisco Beltrão foi responsável pela produção de 700.330 máscaras no mês de junho, o equivalente a 52,5% do total confeccionado no Estado: 1.334.913. Os presos do sistema penal do Paraná têm trabalhado para colaborar com a produção de equipamentos de proteção individual (EPIs) contra a Covid-19. A confecção de máscaras, jalecos, uniformes, escafandros, toucas e outros itens dentro das unidades prisionais, que já passou de dois milhões desde o início da pandemia, é uma forma de reduzir a demanda de compra do Departamento Penitenciário (Depen) e demais instituições ligadas à Secretaria da Segurança Pública, assim como a de setores da Saúde e prefeituras.
Beneficiados com a redução de um dia de pena a cada três dias trabalhados, os presos já costuraram dois milhões de máscaras e quase 34 mil jalecos, além de cerca de 7,8 mil itens para hospitais, como lençóis, pijamas, escudos faciais, toucas e sapatos descartáveis. A produção foi iniciada em 23 de março em algumas regiões e intensificada a partir do dia 6 de abril. “E que aqui, além da produção da Unidade, produzimos mais de 50 mil máscaras no total para distribuição a diversos órgãos de Segurança Pública e de Saúde. Temos a empresa que fabricou até agora mais de 760 mil unidades e deve produzir 900 mil no total, agora faltam menos de 180 mil para cessar a produção”, comenta o agente Francisco Corrêa, da PEFB.
“Aos poucos, conforme conseguíamos, aumentávamos a confecção e rapidamente pudemos disponibilizar máscaras internamente e ainda enviar parte da produção para prefeituras e diversas casas de saúde do Estado, como os hospitais universitários de Cascavel e Londrina, que são referências no atendimento de casos de Covid-19 nas regiões”, destaca o secretário da Segurança Pública, Romulo Marinho Soares.
Convênios
Já instaladas na Penitenciária Estadual de Francisco Beltrão (PEFB) e na Colônia Penal e Industrial de Maringá (CPIM), duas empresas mudaram o foco de confecção de calças jeans para máscaras.
Diferente do que ocorre com a confecção geral, a produção destas empresas é totalmente repassada a elas. Em Francisco Beltrão, 40 presos implantados no canteiro da K&G Indústria e Comércio de Confecções têm confeccionado diariamente cerca de 40 mil máscaras. Já na CPIM, a produção diária da TA Indústria e Facção de Artigos para Vestuário, a qual também tem 40 presos colocados no canteiro de obras, gira em torno de 30 mil peças.
Nestes canteiros, os equipamentos e matérias-primas são das empresas. De responsabilidade delas também está o pagamento da mão de obra dos detentos, que recebem 75% de um salário mínimo.
Um mínimo de dignidade
Marcos Andrade, diretor da PEFB e coordenador regional do Depen, destaca que os projetos de canteiros de trabalho, remissão de pena pela leitura e de educação formal são de extrema importância. “Preso quando chega no sistema prisional, chega sem perspectiva, com baixíssima moral, daí nós começamos a trabalhar com psicólogo, assistente social, atender a família, enfim, mostrar que ele vai ficar um tempo ali e depois vai voltar a viver na sociedade.”
Para o preso ter a mente ocupada, para pensar em mudança, a Penitenciária disponibiliza essas oportunidades de trabalho e de estudo. “Você só vai mudar o ser humano se der perspectiva de mudança para ele. E a gente tem que mostrar que é possível a mudança.” Marcos salienta que o sistema prisional do Paraná é destaque porque o preso passou a ser tratado com dignidade. “Temos que tentar oferecer um ambiente prisional adequado.” (Com assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Pública)