Policiais
Após a segunda noite de terror em Manaus, mais dois homens envolvidos nos ataques incendiários em reação ao assassinato de um líder do tráfico pela Polícia Militar foram presos na madrugada de ontem. Segundo a polícia, um deles tinha uma submetralhadora enterrada no quintal de casa. Um garoto de 11 anos também acabou apreendido. A polícia afirma que ele recebia R$ 50 de traficantes para atuar como “olheiro” e mantê-los informados sobre a movimentação dos gentes de segurança na região. Outras 13 pessoas já haviam sido presas em cidades do interior suspeitas de participarem dos ataques.
A capital do Amazonas amaneceu nesta segunda com diversos serviços públicos suspensos por medida de segurança, inclusive o transporte público. Os ônibus voltaram a circular, mas com apenas 30% da frota. A Prefeitura de Manaus decidiu estender a suspensão da vacinação e dos serviços de saúde (exceto maternidades e Samu) até o fim do dia, com previsão de retorno das atividades “a depender dos acontecimentos”.
As prisões ocorrem após um domingo de violência promovido por criminosos em represália à morte de um membro do Comando Vermelho (CV) por policiais militares, ocorrida na noite de sábado (5). Erick Batista Costa, 30, o “Dadinho”, que era cotado para ser conselheiro do CV em Manaus, foi morto em uma troca de tiros com policiais e a ordem para os ataques partiu de dentro de um presídio local, segundo a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas, que reforçou o policiamento na capital e nas cidades do interior do estado.
Mesmo com mais policiais nas ruas, os ataques continuaram até a madrugada de segunda. Na noite de domingo (6), criminosos atearam fogo em uma unidade básica de saúde e dispararam tiros na fachada do prédio do Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviário de Manaus. Também ocorreu um ataque à sede da 24ª Cicom, companhia da Polícia Militar. Segundo a polícia, os suspeitos chegaram em lanchas, aproveitando a alta recorde do rio Negro, e lançaram uma granada contra a unidade policial.