Foram vários golpes de facão, atingindo o pescoço, rosto, braços e região torácica da vítima, que não morreu por verdadeiro milagre.

A delegada Franciele Alberton, em entrevista coletiva na Delegacia da Mulher em Pato Branco, falou sobre a prisão preventiva do autor da tentativa de feminicídio registrada na semana passada. A polícia apurou que a briga começou no apartamento da vítima, que após atingida por uma facada, foi arrastada pelo autor pelos cabelos para um local ermo, entre Pato Branco e Coronel Vivida.
No local, um matagal, as agressões foram finalizadas com a intenção de matar. Segundo o relato da delegada, foram vários golpes de facão, atingindo o pescoço, rosto, braços e região torácica da vítima, que não morreu por verdadeiro milagre. O autor e a vítima têm a mesma idade, 30 anos, e viviam juntos há algum tempo. Ele foi preso na manhã de ontem, com o mandado de prisão preventiva decretado pelo juiz da Vara Criminal de Pato Branco.
Ao ser ouvido na Delegacia da Mulher, contou como tudo aconteceu. Após as agressões já no matagal, a mulher conseguiu reunir forças para tentar fugir, correu por alguns metros e caiu. Neste momento, o autor relatou à polícia que ao ver a mulher esvaída em sangue caiu em si. Ele então pegou a vítima desfalecida e a trouxe até as proximidades do Corpo de Bombeiros em Pato Branco, onde a deixou a cerca de 100 metros do local. Bastante ferida a mulher conseguiu caminhar até o Corpo de Bombeiros onde foi socorrida.
Violência extrema
Os bombeiros e o médico que prestaram os primeiros socorros à vítima, mesmo com anos de experiência profissional, contaram à delegada Franciela Alberton que ficaram impressionados com a violência dos golpes. A vítima ter sobrevivido foi um milagre, segundo o relato médico. Ela foi atingida com golpes na face, com parte do nariz decepado, também na nuca, e pescoço, onde foram necessários 80 pontos. Ao tentar se defender dos golpes, a vítima teve a mão praticamente decepada e vai precisar de muitos cuidados para não perder o membro.
“ A violência contra esta vítima de tentativa de feminicídio impressiona e registramos que a mulher tinha ainda outros sinais de espancamento de agressões anteriores, não tendo sido a primeira vez que foi agredida, mas acabou perdoando e voltando a conviver com o agressor”, afirmou a delegada. Não resta dúvida, para a Polícia Civil, que a intenção era matar, pelo requinte de crueldade e violência dos golpes.
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