Risco de ferimentos com motos é muito maior
Estatísticas fornecidas pelo Detran, através da 30ª Ciretran de Francisco Beltrão, mostram que o número de acidentes ocorridos na cidade é relevante – bem superior ao da região – e que a proporção de vítimas é muito maior nos acidentes com motos.
Nos seis primeiros meses do ano, em Francisco Beltrão ocorreram 792 acidentes, sendo 584 com danos materiais e 208 com feridos.
Desses 792 acidentes, 113 foram com moto. Os acidentes com motos ficaram em apenas 14% do total, mas o percentual de acidentes com vítimas ficou em 69%, contra 26,26% do total e 20% de quem andou de automóvel (os outros acidentes são com caminhão, camionete, ônibus, trator e até de bicicleta).
Uma comparação com outros quatro municípios próximos – Eneas Marques, Marmeleiro, Nova Esperança do Sudoeste e Renascença – mostra que os riscos de acidentes naqueles municípios é bem menor.
Enquanto Francisco Beltrão, com 67.132 habitantes (Censo de 2000) registrou 792 acidentes, o que dá um para cada 84 habitantes, nos demais, que têm uma população total de 32.264, registraram-se 56 acidentes, o que dá um acidente para cada 576 pessoas.
Se for considerado somente o total de acidentes com vítimas, em Beltrão sobe para uma vítima a cada 322 habitantes, mas nos demais municípios dá uma vítima para cada 3.226 habitantes.
As estatísticas do Detran não separam acidentes da área urbana da área rural, mas sabe-se que a maior incidência é na cidade.
Uma nova comparação, tomando-se somente as populações urbanas, mostra o seguinte: em Beltrão, nos primeiros seis meses deste ano, em cada 69 habitantes, um se envolveu em acidente e um em cada 263 habitantes da cidade sofreu ferimentos de trânsito nos primeiros seis meses deste ano. Nos demais municípios, um em cada 263 habitantes foi envolvido em acidente e um em 1.257 moradores do município sofreu ferimentos.
Outra informação do Detran é que, de março de 2003 a março de 2004, a frota de veículos de Francisco Beltrão aumentou 11%, mas no mesmo período a frota de motos aumentou 24%.
Três fatores levam as pessoas a optarem pela moto: menor preço na aquisição (custa menos que um carro), economia no combustível e agilidade no tráfego.
É este último item – agilidade no tráfego – que tem seu preço. Os motoqueiros ultrapassam pela direita, pela esquerda, furam sinal, trafegam até na contra-mão. Mas as estatísticas mostram que essas vantagens têm também suas desvantagens, que não compensam. O motoqueiro fica muito mais exposto que um motorista de automóvel. No caso de acidente, mesmo que esteja usando o capacete, o risco de ferimentos é grande. E as estatísticas comprovam, em 113 acidentes, 78 resultaram em ferimentos (69%), enquanto que dos acidentados com automóveis apenas 20,4% sofreram ferimentos.
